quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Our comming presentation

Os trailers são uma força da natureza no grande cosmo dos cinéfilos. Um trailer pode construir grandes esperanças (sem trocadilhos com o filme, por favor) acerca de um determinado filme. Dependendo do trailer, obviamente (mas, claro, disso você já sabia), o espectador pode julgar um filme como bom ou ruim. Mas, sinceramente, não há nada mais tolo, idiota, do que dizer "Esse filme é do caramba!" assistindo os 1:30min de um preview.

Os trailers foram inventados para duas coisas: 1) Mostrar um pouco do filme. 2) Atrair e/ou enganar o público (normalmente a segunda opção). Um excelente exemplo de trailer que atrai e engana o espectador é o trailer do filme de Steven Spielberg lançado em 2005: Guerra dos Mundos. Aliás, o trailer em si é melhor do que o filme inteiro. Neste pequeno preview existe suspense, ação, romance, etc. Coisa que... o filme não tem. (Clique aqui para assistir o trailer.)

Mas há um tipo de trailer que me atrai mais. Eu sou um grande fã da criatividade. Eu acho que apenas o ser humano tem a capacidade de criar coisas fantásticas e surpreendentes. E adimiro mais quando esta capacidade consegue ser demonstrada em menos de dois minutos. Veja, por exemplo, os trailers de ...E o Vento Levou (mais um exemplo de trailer que é melhor que o filme) e Cidadão Kane. No primeiro exemplo nós não temos uma imagem sequer de locação nenhuma do filme. Apenas um livro, ricamente ornamentado, mostrando os nomes dos atores, do diretor, produtor (principalmente este, já que estamos falando de um filme de 1939, época em que o sistema de produção hollywoodiano prezava mais os produtores que os diretores). (Clique aqui para assistir.)

O segundo exemplo, de Cidadão Kane, é ainda mais genial. O trailer para a obra-prima de Orson Welles é quase tão genial quanto o filme. Novamente nenhuma cena do filme é mostrada. Em compensação nós temos amostras de alguns efeitos técnicos que eram inovações quando o filme foi realizado, e até hoje o filme é absurdamente encantador. Welles em seu trailer prefere dar ênfase aos seus atores (e, inconsientemente, à sua belíssima voz). (Clique aqui para assistir.) (Uma pequena e interessante observação: o trailer de Indiana Jones e a Última Cruzada é relativamente parecido com o de Cidadão Kane. Clique aqui para assistir.)

Existe um terceiro tipo de trailer, da época das apresentações em roadshow, que é interessante também. Ele aguça o apetite do espectador. Dois excelentes exemplos são os trailers de Lawrence da Arábia e de Doutor Jivago, ambos do excelente cineasta inglês David Lean. (Aqui para o trailer de Lawrence e aqui para o de Jivago.)

Mas nenhum desses citados acima supera o poder deste aqui. E nenhum superará.

Por Victor Bruno

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