Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2 (crítica II)

Para Victor Bruno, a última parte da saga de Harry Potter não é nada demais, nem nada de menos. Apenas o suficiente

Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2

A saga de Harry, Hermione e Ron chega ao fim e Douglas Braga não gosta nada da sua conclusão

Especial David Fincher: A Rede Social

Na última parte do Especial, relembre o que Victor Bruno escreveu sobre A Rede Social, mais recente filme de David Fincher

Especial David Fincher: O Curioso Caso de Benjamin Button

Victor Bruno faz uma análise de O Curioso Caso de Benjamin Button, no penúltimo filme comentado neste especial

Especial David Fincher: Zodíaco

O nosso especial sobre David Fincher continua com Douglas Braga falando sobre Zodíaco, mais um thriller investigativo do norte-americano

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Saída pela direita

Estamos indo embora. Não, não estamos fechando, apenas nos mudando.

Qualquer um que visite este espaço ao menos por três, quatro meses, notará que este blog é heterogêneo, nunca atingimos uma forma específica. Volta e meia é um espaço mais pessoal, onde eu e os garotos que fazem parte do nosso espaço fazem posts mais despojados. Outra hora é mais profissional, onde informamos a vocês, leitores, as últimas notícias do Cinema.

Mas o fato é que eu nunca fiquei satisfeito. Tenho que enfatizar o “eu”, pois eu sou o editor e criador. Ao menos 70% do meu tempo na Internet são pesquisando informações e esboçando textos para este espaço, que agora será esvaziado. Meu objetivo é fazer o melhor blog. Não o mais notório, apenas o melhor – se terá 40, 400, 4000 seguidores é conseqüência do meu esforço –, e eu sei que meus esforços não estão surtindo efeito. Existe uma penca de blogs melhores. Multiplot!, Museu do Cinema, até o Cine Lupinha do leitor Rafael Oliveira estão fazendo um trabalho mais eficaz que o meu.

Então, devo recomeçar. Ontem, durante a noite, fiz uma reavaliação dos meus conceitos e do meu trabalho aqui no Ornitorrinco Cinéfilo. Não vou apagar o blog – seria egoísta e burro queimar mais de um ano de trabalho – não só meu, mas também o trabalho dos meus amigos que aqui escrevem. Por outro lado, quero reiniciar tudo. Como não dá pra criar outro Ornitorrinco Cinéfilo no Blogger, estamos indo para o Wordpress. Não estou levando um único texto sequer, estou iniciando tudo de novo. Se você quer saber o que estamos fazendo lá, clique aqui.

Pode ser um tiro no escuro. Pode ser que ninguém, nem um único ser humano, nos acesse. Mas eu conto com vocês, meus queridos 41 seguidores (até agora) e meus 5000 leitores mensais. Venham visitar nossa nova casa.

O antigo OC continuará aqui, como arquivo. Mas agora precisamos ir, pelo nosso e pelo seu bem. Como diz a música, tudo tem o seu tempo e lugar. E o nosso lugar, agora, é no Wordpress.

Meninos e meninas, vamos para a casa nova?

Por Victor Bruno

segunda-feira, 25 de julho de 2011

O Informante

The Insider, 1999 / Dirigido por Michael Mann
Com Al Pacino, Russell Crowe, Christopher Plummer, Philip Baker Hall, Debi Mazar e Diane Venora

5/5

Fazer filmes investigativos não é fácil. Fazer filmes românticos, comédias, policiais, filmes de super-heróis é mais simples. Basta uma personagem carismática e um pequeno problema em frente e um escritor que consiga cativar o público por duas horas e a receita está feita. Já num filme investigativo – principalmente um com uma estrutura como a deste O Informante – existe uma batelada boa de problemas para atores, roteiristas e diretores resolverem. Como amarrar de forma uniforme e homogênea problemas pessoais, informações e ainda – de quebra, como se já não bastasse – a paciência dos espectadores? Espectadores são animais famintos por diversão e entretenimento – seja ele inteligente ou não. Logo, não é de se admirar que esta obra-prima de Michael Mann (de Fogo contra Fogo e Inimigos Públicos) tenha fracassado miseravelmente nas bilheterias, conseguindo devolver apenas 60 milhões do seu orçamento de 90 milhões.

Mas não é isso que se importa. O Informante é um raro caso de filme que consegue em suas duas horas e quarenta minutos de filme cativar o público e fazê-lo contorcê-lo na poltrona. Quando se conta uma história como a de – Jeffrey Wigand um cientista ex-pesquisador da Brown & Williamson, uma poderosa indústria do tabaco norte-americano – existe muito em jogo. Trata-se de uma história perturbadora, que mexe com grandes nomes do jornalismo e da economia americana. Para citar um exemplo, uma das personagens chave do filme é o (ainda vivo e influente) ex-âncora do lendário programa 60 Minutes, Mike Wallace.

Vou ser direto ao ponto: Jeffrey Wigand (Russell Crowe) é um homem que sabe demais. Após ser demitido de seu confortável posto da Brown & Williamson, resolve revelar ao mundo que a sua ex-empresa anda operando de maneira ilícita. Wigand –entendedor das coisas – sabe que a empresa anda colocando amoníacos – entre outros elementos químicos – em seus cigarros, para que o vício dos usuários aumente. Wigand – um antitabagista notório – resolve levar essa história ao público.

Mesmo que em contrato de sigilo com a empresa – que sabe que Wigand pode dedurá-los a qualquer segundo –, Wigand entra em contato com Lowell Bergman (Al Pacino) – produtor do 60 Minutes. E é neste exato minuto que a tensão do filme começa. Mann nos põe desde o primeiro segundo de projeção num permanente estado de alerta.

Optando por começar sua história fora de ambiente, Mann nos dá – de forma simples, mas eficiente – o perfil de cada uma das suas personagens. Por exemplo, o filme abre com uma sequência no Oriente Médio, numa entrevista produzida por Lowell Bergman para o 60 Minutes. Enquanto Mike Wallace – que se mostra rapidamente um jornalista arrogante, capaz de soltar pérolas como “Quem te disse que os teus dedinhos incompetentes têm o talento necessário para me editar?” – briga com os soldados do Hezbollah sobre o lugar onde irá se sentar; Lowell, de forma diplomática, fala diretamente com o Aiatolá e resolve tudo de forma simples – o que rapidamente mostra que Lowell, além de controlado, tem um impressionante talento persuasivo, o que será extremamente importante no decorrer da história.

Na contra-mão nós temos a personagem de Russell Crowe, o homem marcado. Observe sua primeira aparição. Wigand anda sempre cabisbaixo, olhando para trás, de forma inclinada. Ele é uma persona non grata, e nós não precisamos de nenhuma palavra para sacarmos isso, basta prestar atenção nas ações das personagens que o cercam. A direção inteligentíssima de Michael Mann nos encarrega de fornecer todos os detalhes: Veja que assim que Wigand sai do hall do prédio da Brown & Williamson, um segurança comunica (discretamente) a sua saída, via walkie-talkie.

De todas as maneiras, O Informante é uma meditação. Uma meditação inteligentíssima sobre o comportamento de dois homens distintos a uma mesma situação. O roteiro hábil de Roth e Mann explora todas as facetas de todas as personalidades de suas personagens, Wigand (nesta linda atuação de Russel Crowe, que, ao lado de Philip Seymour Hoffman é um dos atores mais competentes – e elegantes – desta geração) é um homem controlado, apesar de confessar ser explosivo. É até surpreendente quando o vemos falar “Fuck”, por que, sinceramente, é a última coisa que nós poderíamos esperar de uma pessoa como Wigand, simplesmente por que Wigand é o supra-sumo da elegância. Aliás, basta dar uma olhada nas cenas em que ele compartilha a tela com Al Pacino. Enquanto Lowell Bergman está quase sempre de cabelo assanhado e roupas amarrotadas, Widget está sempre com o cabelo impecavelmente penteado e sempre de terno passado (é digno de nota registrar que são pouquíssimas vezes que o vemos sem terno). Tanto direção como roteiro sabem que são dois homens distintos. Note que enquanto a casa de Bergman está banhada em cores quentes e acolhedoras, a (nova) casa deles é filmada afogada permanentemente numa paleta de cores frias, normalmente com a cor azul. (Eu poderia sim dizer que é simplesmente um cacoete de Mann, coisa que qualquer um que assista Miami Vice pode notar, mas no caso a constatação se aplica.)

O Informante é um filme sem medo de explorar as coisas. É até louvável (e um pouco impressionante) que a Disney tenha deixado Mann fazer um filme como esse. Vejamos: Eric Roth e Michael Mann exploram de forma extremamente eficiente os bastidores da notícia e das grandes corporações (algo que é digno de aplausos). Sem medo de mostrar Mike Wallace como um homem preocupado com o seu legado (o que o leva a concordar com Don Hewitt, produtor executivo e criador do 60 Minutes quanto a não-exibição da bombástica entrevista de Wigand) e Al Pacino como um homem de saco cheio (“Dá um tempo, porra!”), Roth e Mann ainda conseguem explorar a vida familiar, tanto de Bergman como de Wigand, o que nos leva a torcer ainda mais por eles.

Adotando um estilo realista – quase documental – Mann consegue fazer que essa exploração seja ainda mais eficaz. O fotógrafo Dante Spinotti faz um trabalho muito inteligente. Para nos manter sempre próximo das personagens do filme, Spinotti utiliza lentes chapadas, o que diminui a profundidade de campo, além de optar pelo uso da hand-held cam (recurso que não gosto, mas foi utilizado de forma eficaz e elegante neste filme), colocando a câmera a centímetros do rosto dos atores, o que aumenta a sensação de presença (deve ser extremamente desconfortável atuar com a lente da câmera tocando no seu queixo), repare também como as sombras são uma presença constante, e se sobrepõem as personagens. E é justamente quando Mann e Spinotti abandonam o estilo realista que o filme tem sua pior cena. Não vou dizer qual é, mas é risível.

Distanciando-se do expoente máximo do filme do gênero jornalismo investigativo, Todos os Hoemns do Presidente (All the President’s Men, 1974), O Informante não romantiza o jornalismo. Ao contrário do Washington Post daquele filme, a divisão de notícias da CBS – ao que parece – não preza tanto pela credibilidade da notícia que leva ao seu espectador – e isso quando leva, o que leva o filme a colorir aquele ambiente de forma fria. De fato, o único fator que aproxima Todos os Homens do Presidente e O Informante é, somente, o ótimo design de produção de Brian Morris.

O Informante é um conto da força de vontade. Aliás, não há forma melhor de descrever o filme, senão citando o próprio Lowell Bergman: O Informante é um filme sobre “gente ordinária sob mais pressão que podem suportar.”

Por Victor Bruno
25/07/11

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2 (crítica II)

Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 2, 2011 / Dirigido por David Yates
Com Daniel Radcliff, Emma Watson, Rupert Grint, Ralph Fiennes, Alan Rickman, Matthew Lewis, Tom Felton, Maggie Smith, Michael Gambon, Evanna Lynch, Bonnie Wright, John Hurt, Ciarán Hinds e Helena Bonham Carter

4/5

Você se lembra onde estava quando ouviu falar em Harry Potter pela primeira vez? Eu me lembro. Eu me lembro também da minha aversão completa em relação à série. Ao meu ponto de vista (infantil, até então), Potter tratava-se de um bruxinho estúpido, acompanhado de sua amiga arrogante e prepotente – o estereótipo mais ridículo da mocinha inteligente que manda nos outros – e de seu amigo ruivo com cara de panaca.

Até assistir o terceiro capítulo da série, O Prisioneiro de Askaban, dirigido por Alfonso Cuarón, minha visão permanecia intacta. Depois, percebi que sim, até poderia ser interessante. Claro que à medida que aprofundei meus conhecimentos sobre Cinema, o nome de Alfonso Cuarón fazia toda a diferença no filme. Ao contrário dos primeiros filmes, aqueles dirigidos por Chris Columbus, Harry Potter era algo mais sério do que eu poderia imaginar – mesmo em meus sonhos mais selvagens. Ainda mantinha certa aura inocente, boba, mas estava claro que os filmes seriam diferentes daqui para frente.

Então, agora que chegamos ao último capítulo dessa saga que se arrastou durante uma década, eu posso ter certeza absoluta ao afirmar que esse bruxo, mago, ou sabe-se lá o que, marcará a história do Cinema. Harry Potter entrará no mesmo Olimpo em que estão agora Luke Skywalker e Frodo, Dumbledore vai para onde está agora Gandalf e Yoda, e Voldemort (ainda que seja quase um figurante) irá para a galeria de vilões imortais do Cinema, ao lado de Darth Vader.

É realmente impressionante – e até admirável – a coragem de David Yates para com seu filme. Adotando uma narrativa bastante ágil, o diretor não perde um só segundo sequer explicando o que está acontecendo. Tanto ele como seu roteirista Steve Kloves (que assinou os roteiros de todos os capítulos da saga, salvo A Ordem da Fênix) têm plena consciência que esta última parte da série é resultado de uma década de preparação, logo, explicar pacientemente para quem não está acostumado com o universo criado por J.K. Rowlling seria não apenas desonroso para quem acompanha a série, mas quebraria o tom de urgência que este último capítulo pede.

E essa urgência é perfeitamente captada pelas lentes de Yates. Sem se entregar em nenhum momento ao melodrama barato (apesar de se entregar a comédia de riso fácil, conforme discutirei a seguir), David Yates consegue passar a toda a violenta ação que cerca o universo negro e perigoso de Harry Potter de forma humana e inteligente. Em momento algum Yates se nega a mostrar os resultados – e os efeitos – da violência praticada por Harry e seus companheiros. Observe as cenas envolvendo o dragão ucraniano, na sequência do assalto ao cofre de Belatriz (Helena Bonham Carter). Veja  os ferimentos e mutilações que se espalham pelo corpo do dragão – resultado de anos e anos de maus-tratos. Também podemos usar como exemplo (spoiler, não leia se não viu o filme, salte para o próximo parágrafo) a perturbadora morte de Severus Snape (Alan Rickman), onde o sangue jorra na parede de vidro. Obviamente Yates mostra isso de forma discreta, é claro, mas ainda assim é muito corajoso.

Por outro lado, ele constrói um filme descontrolado. Por vezes, a tal narrativa ligeira que insiste em adotar causa sérios danos ao filme. Como muitos apontaram (críticos e fãs, inclusive), Harry Potter 7.2 exibe certa frieza. Essa frieza, que visa objetivar a racionalidade da trama, chega a ser, por vezes, incomodativa para quem assiste, uma vez que quando Kloves e Yates investem no riso (riso fácil, bobo e pueril, infelizmente), a estratégia vai por água a baixo. E o pior: Muitos desses “alívios cômicos” surgem nas horas mais infelizes – e apenas infantilizam seus personagens e reforçam os estereótipos que eu condenei toda a minha vida. Por exemplo: Qual a necessidade de Ron (Rupert Grint, que tem um talento impressionante para interpretar babacas) gritar “Corre! Corre! Está pegando fogo! Eles tocaram fogo em tudo!” durante o incêndio repentino na Sala Precisa? Bom, nada contra os seus gritos histéricos, mas a forma como Yates constrói a cena (Ron desaparece num corredor, a câmera sustenta o plano, e segundos depois ele ressurge correndo do fogo) prejudica a seriedade que o filme quer passar. O ideal é que o humor empregado durante o filme fosse mais discreto e, talvez, um pouco mais negro, como, por exemplo, o bizarro riso de Voldemort (o sempre fantástico Ralph Fiennes) ao final da Batalha de Hogwarts, ou quando Neville Longbottom (Matthew Lewis) se vê sozinho em frente ao exército de Voldemort, quando a barreira mágica que protegia Hogwarts é destruída.

Falando em Valdemort, é impressionante como Ralph Fiennes é desperdiçado durante o filme. A figura sombria, quase alienígena, que sempre ameaçou Potter e Hogwarts, é relegada de forma frustrante ao papel de coadjuvante. É absolutamente desapontador o que Seve Kloves fez com uma personagem tão promissora como Voldemort – principalmente quando quem o encarna é Fiennes (assistindo Potter eu percebi que ele tem um imenso talento para interpretar personagens desfigurados, vide O Paciente Inglês). Sendo este HP 7.2 o confronto final entre Potter e Voldemort, eu esperava um filme mais focado nos dois. Todavia, Kloves insiste em passagens desnecessárias – como o beijo (decepcionante) de Gina (Bonnie Wright) e Harry. (Aliás, esse beijo empalidece perto do beijo de Ronnie e Hermione.)

Sendo tecnicamente competentíssimo (ainda que as criaturas mágicas sejam impressionantemente fakes, tão falsas quanto àquelas criaturas marinhas vistas em A Vida Marinha com Steve Zissou, de Wes Anderson), HP 7.2 tem uma fotografia regular, o que me decepcionou bastante. Principalmente quando se está trabalhando com alguém do calibre de Eduardo Serra. Optando sempre pelo close – para ressaltar o sofrimento das suas personagens – Serra enquadra estranhamente mal. Seus planos abertos parecem aborrecidos e malfeitos (ainda que os enquadramentos utilizados na Hogwarts do início do filme sejam impactantes e emulam os desfiles da Juventude Hitleriana). Serra limita-se a truques visuais práticos (e talvez até preguiçosos). Por exemplo, enquanto Harry aparece banhado por cores quentes, Voldemort aparece sempre em cores frias – algo que é reforçado pelo vestuário desenhado por Jany Temime. De todas as formas, existem imagens impressionantes neste filme (a supracitada cena da barreira protetora é belíssima).

Pra todos os efeitos, Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte II (não posso deixar de registrar que essa divisão é puramente comercial) é um filme que agradará a todos – especialmente aos fãs da série. Apesar de ignorar muitas personagens (Helena Bonham Carter é esnobada, tendo apenas duas ou três falas em duas horas e quarenta de filme) e de algumas atuações medianas (Emma Watson não é boa atriz, sempre tende para o overacting e Rupert Grint ainda não aprendeu a se portar em um close), Harry Potter ganhou um ótimo final.

E claro, a impactante cena final é marcante. É desonesta, pois tenta tapar todos os buracos que o filme não soube cobrir. Mas quem liga para isso? Terminar com um close daqueles aventureiros não poderia ser mais desolador.

Por Victor Bruno
20/07/11

terça-feira, 19 de julho de 2011

Sigourney Weaver quer Alien 5

Atriz diz querer “chutar aquele traseiro alienígena de novo”

Já faz mais de dez anos desde que vimos a Ripley de Sigourney Weaver pela última vez, no fraco Alien: A Ressurreição, de Jean-Pierre Jeunet, mas ela quer mais. Conforme aponta o Site MovieLine, Sigourney Weaver (foto) ainda quer um quinto filme da saga de Ripley.

“Eu definitivamente queria chutar aquele traseiro alienígena de novo. Embora eu não possa falar por eles, eu acho que para a Fox [estúdio que produz a série Alien], uma vez que você tenha mais de 60 anos, você não pode estar estrelando filmes de ação.

“E eu acho que isso é uma pena. Eu gostaria de voltar àquele planeta, onde a história de Ripley está resolvida, mas eu acho que ela está inacabada.”

Talvez o apelo de Weaver seja em virtude do spin-off que Ridley Scott está preparando para a série Alien. Seu Prometheus, prequela de Alien, tem previsão de estréia para o ano que vem e não conta com a presença de Sigourney – o que praticamente põe um fim nas chances de um Alien 5.

Ou não.

Por Victor Bruno
19/07/11

Primeira foto de Twitxt Now and Sunrise

 Novo filme de Francis Ford Coppola conta com Elle Fanning, Val Kilmer e a música de Dan Deacon

O misterioso novo filme de Francis Ford Coppola vem deixando muitos com os nervos à flor da pele. Seja porque trechos do filme serão apresentados na próxima Comic Con, regados à batida eletrônica do músico Dan Deacon, seja por causa da natureza sombria do projeto, é impossível ficar indiferente ao novo projeto do criador da saga da família Corleone.

Mas eis que o EW liberou esta foto, a primeira foto do filme (se clicar fica maior):
O pouco que há de concreto sobre o projeto são sua sinopse e seu elenco. Twixt Now and Sunrise é, supostamente, baseado num sonho que Coppola teve há algum tempo, e conta a história de um escritor de terror (Val Kilmer) que é assombrado por pesadelos que se passam numa bizarra cidade e é levado a investigar um assassinato de uma jovem garota com o auxílio de um fantasma (Fanning).

Ainda não há data de estréia para Twixt Now.

Por Victor Bruno
19/07/11

segunda-feira, 18 de julho de 2011

The Dark Knight Rises ganha teaser trailer oficial e página no Facebook

Novo filme de Christopher Nolan já ganhou quase 40 mil curtidas

Quanto ao teaser trailer, se você já assistiu grand finale de Harry Potter, certamente já o viu. Ou então deve ter visto nos milhões de bootlegs que saíram na Internet nas últimas semanas. Entretanto, sempre é bom vermos numa imagem límpida e com som cristalino. Logo, não perca a chance de assistir ao teaser de 1 minuto e meio de The Dark Knight Rises, a última aventura do Homem-Morcego nos cinemas.

Não obstante, Nolan também aposta na web. A página oficial de The Dark Knight Rises foi lançada hoje no Facebook – e em algumas horas já levou cerca de 40.000 curtidas. Segue o trailer:



Por Victor Bruno
18/07/11

sábado, 16 de julho de 2011

Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte II

Harry Potter and the Deathly Hallows: Part II, 2011/ Dirigido por David Yates
Com Daniel Radcliffe, Rupert Grint, Emma Watson, Ralph Fiennes, Alan Rickman, Michael Gambon, Maggie Smith, Helena Bonham Carter, Ciarán Hinds, Robbie Coltrane, John Hurt, Emma Thompson, Jim Broadbent, Kelly McDonald e Gary Oldman.

1/5

15 de julho de 2011. Uma data que ficará marcada para muitos, afinal de contas chega ao fim uma das séries mais adoradas e rentáveis da história do cinema.  "Harry Potter" acabou de vez e, a não ser por algum eventual devaneio de J.K. Rowling, não voltará. Eis que surge então a inevitável pergunta: Harry Potter e as Relúquias da Morte: Parte II faz jus à série? A resposta é não. Na verdade, não somente ele não oferece um final digno para a importância da saga, como nem mesmo um  bom filme chega a ser.

Mesmo não sendo um fã de "Harry Potter", acompanhei os sete filmes anteriores, e li os quatro primeiros livros. De todos, apenas dois filmes haviam me agradado plenamente: O Prisioneiro de Azkaban, de Alfonso Cuarón (disparado o melhor de todos) e O Enigma do Princípe, de David Yates. De qualquer forma, a despeito da qualiade bastante duvidosa dos outros filmes, a série alcançou um nível de reconhecimento notável por parte do público, logo era de esperar a expectativa de muitos com este último filme, também dirigido por David Yates (que também teria aqui a chance  de se redimir da confusa e tediosa Parte I de As Relíquias da Morte).

E o que encontramos nesta Parte II? Uma tentativa desesperada de Yates em criar um grande épico, um filme marcante e, neste sentido, até que começa bem. Os primeiros diálogos, com Griphook (Warwick Davis) e o Sr. Olivaras (John Hurt, sempre ótimo) são excelentes, muito bem executados em termos de roteiro e posicionamento de câmera. A seqüência no Banco Gringotes, aonde Harry, Rony e Hermione acreditam que está uma Horcrux (obejto que contém uma das partes da alma de Voldemort) é bem conduzida por Yates, com a dose certa de ação e tensão, além de ser um trabalho impecável tecnicamente (tanto por parte da fotografia de Eduardo Serra, belíssima, quanto da equipe de efeitos visuais).

Daí em diante, o filme segue ladeira abaixo. O roteiro parece ter sido sacrificado na busca de David Yates em realizar um show pirotécnico, um festival de luzes, barulho e explosões sem qualquer emoção. É incrível como a batalha de Hogwarts, que deveria ser o grande momento da saga, não empolga um segundo sequer, e qualquer comparação com as batalhas de "Os Senhor dos Anéis" chega a ser uma ofensa às adaptações de Peter Jackson. Em As Relíquias da Morte, há varinhas para cá, varinhas para lá, um morto sucumbe aqui, outro acolá, mas nada realmente impressionante.  Aliás, as cenas de morte de personagens importantes são absolutamente apáticas; fica parecendo que, para David Yates, a ausência de contornos excessivamente dramáticos é essencial. Mas, o que ele não percebe é que são personagens fundamentais  morrendo, e não se pode tratá-los como mera peças em um tabuleiro que podem ser facilmente descartadas sem maiores explicações.

Além do mais, há uma série de seqüências que beiram o ridículo e o mau gosto, e dão realmente a impressão de que David Yates e sua equipe não estavam seriamente empenhados em fazer um bom filme, já que este renderia muito dinheiro de qualquer forma. Vide o momento "Chico Xavier", cena de pós-morte tão ruim ou até pior do que de filmes brasileiros de cunho espírita recentemente lançados em circuito; e  também o momento "novela das seis", um epílogo abosolutamente ridículo e desncessário. Afinal, quando pensamos que o filme irá acabar (finalmente!), há uma seqüência final  mal feita, piegas e completamente deslocada em relação ao restante do filme, e que poderia muito bem ter ficado na sala de edição.

A falta de dramaticidade é outro problema que permeia o filme inteiro. É tudo tão corrido e frenético (exatamente o oposto extremo da Parte I), que momentos pretensamente marcantes, como alguns beijos e declarações românticas perdem qualquer relevância emocional que poderiam ter, já que para Yates o que importa mesmo é a "monumentalidade" de sua obra, e não detalhes insiginifcantes (para ele, é claro) como narrativa e bom desenvolvimento dos personagens.

Aliás, quanto a estes, ainda continuo me perguntando quais foram os motivos para a escalação de Ralph Fiennes como Voldemort.  Fiennes é um ator de amplos recursos, mas entrega aqui uma das piores atuações de sua carreira. Seu  Lord Voldemort, com voz e trejeitos extremamente afetados, não causariam medo nem no mais covarde dos bruxos,  e muito menos no público que assiste ao filme. Assim, a ausência de um vilão de "impacto", que já houvera sido um problema em filmes anteriores, aqui atinge o ápice: em vez de sentir medo, Voldemort em nenhum momento parece aterrorizante, muito pelo contrário, em certos momentos soa risível (principalmente no discurso que faz em Hogwarts em um determinado momento). E Yates parece não se importar, sempre dando closes constantes nas expressões exageradas de Fiennes.

O restante do elenco não está brilhante, mas também não compromete. Daniel Radcliffe entrega sua melhor performance como Harry Potter, o que não quer dizer muita coisa, já que seu personagem tem uma profundidade praticamente nula neste filme; Emma Watson e Rupert Grint, relegados desta vez a segundo plano (compreensivelmente, já que se trata do grande momento de Harry) continuam bem como Hermione e Rony. Por outro lado, enquanto foi um alívio ver a excelente Maggie Smith voltar a receber destaque como a professora McGonagall, outros atores (Jim Broadbent, Emma Thompson, Robbie Coltrane) estão ali só para "constar" e agradar aos fãs da série, já que não têm qualquer importância para a trama. O mesmo vale para a fantasma interpretada por Kelly MacDonald, inclupida somente para agradar fãs, mas fica nítido que sua presença poderia ter sido facilmente descartada. E uma questão me perseguiu durante toda a projeção: o que diabos houve com o Rabicho (Timothy Spall), que não teve um final conclusivo em outros filmes e simplesmente não aparece neste?

Como o duelo final entre Harry e Voldemort é oco em termos de emoção, a destaque de As Relíquias da Morte é  um personagem coadjuvante, Severo Snape. Alan Rickman, ótimo ator, acaba sendo o melhor do elenco, trazendo uma nova dimensão para seu personagem a partir de um flashback que, embora não seja brilhante, é um dos poucos momentos mais bem trabalhados pelo roteiro e relativamente bem conduzido pelo diretor. Ciarán Hinds, por sua vez, está ótimo como o irmão de Dumbledore, embora a sua relação como o mentor de Harry fique absolutamenete confusa e mal explicada. Helena Bonham Carter também tem alguns bom momentos, embora o desfecho de sua personagem possa entrar em um eventual ranking das piores cenas nos últimos anos.

Assim, passados dez anos desde o lançamento de  A Pedra Filosofal, no já longínqüo ano de 2001, a série "Harry Potter' irá deixar saudade para muitos fãs ao redor do mundo. Pena que ela se despede com mais um filme fraco, extremamente falho, e muito longe de ser o épico marcante que muitos esperavam.

Por Douglas Braga
16/07/2011

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