quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O Fantasma da Ópera

O Fantásma da Ópera

The Phanton of the Opera, 2004
Dirigido por Joel Schumacher
Roteiro de Andrew Lloyd Webber & Joel Schumacher (baseado no livro Le Fantôme de L'Opéra e na peça musical de Andrew Lloyd Webber)
Com Gerard Butler, Emmy Rossum, Patrick Wilson, Miranda Richardson

Joel Schumacher já provou diversas vezes ser um diretor medíocre. Quem não se lembra de suas "pérolas" "Batman Eternamente" e "Batman & Robin"? Após realizar diversos filmes fracos, parecia que, em 2004, Schumacher iria encontrar a redenção na adaptação de um dos musical mais famosos de todos os tempos para o cinema, "O Fantasma da Ópera". Mas o resultado ficou bem abaixo do esperado.

O filme se passa no fim do século XIX, em Paris. Diva da cidade, La Carlotta (Minnie Driver) desiste de atuar na ópera "Hannibal" no dia da estréia, e os novos diretores do teatro, o senhor Andre (Simon Callow) e o senhor Firmin (Ciarán Hinds) dão uma oportunidade a Christine Daae (Emmy Rossum), que foi criada pela diretora do local, Madame Giry (Miranda Richardson). Porém, Christine possui um protetor misterioso, que lhe ensinou a cantar e exige constantes pagamentos para não causar desastres ao teatro. Ele é conhecido como o Fantasma da Ópera (Gerard Butler).


A história poderia render um belo filme, com as mágicas canções da ópera. Porém, o roteiro é realmente muito ruim. Quase todos os personagens, com a possível exceção de Christine, são mal constrídos, sem profundidade alguma. O pior caso é o da Madame Giry, a qual não sabemos de que lado está e não acresecenta absolutamente nada ao filme, além de contar a origem do fantasma. Os diálogos são sofríveis na maior parte do tempo, especialmente aqueles entre Christine e o Visconde Raoul (Patrick Wilson), o "casalzinho" do filme.


Pior mesmo que o roteiro são as atuações, que devem entrar entre as piores da década. Gerard Butler não convence como o Fantasma, criando um personagem extremamente caricato, que em momento algum lembra um ser ameaçador. Além do mais, apesar de não cantar mal, sua voz "sensual' quase estraga algumas das canções mais famosas de todos os tempos. Patrick Wilson está absolutamente patético com Raoul, o grande amor de Christine e o bom moço , e suas cenas são as piores de todo o filme. Emmy Rossum é completamente inexpressiva e, apesar de ter uma voz doce, parece mais um "boneco de cera" na maior parte da película. Miranda Richardson, que já esteve ótima em filmes como "A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça" e "As Horas", é prejudicada pelo vazio de sua personagem e nos brinda com a pior atuação de sua carreira. Os coadjuvantes se saem um pouco melhor. Simon Callow e Ciarán Hinds, nos papéis dos donos do teatro, se esforçam para conferir algum humor a trama. Na maior parte do tempo, são acompanhados em cena por Minnie Driver, a única que foi dublada nas cenas musicais. Ao contrário do que muitos dizem, Driver é a melhor do elenco, pois constrói uma atuação caricata na medida certa para interpretar La Carlotta.

As canções insesquecíveis estão lá, mas são muito prejudicadas pelo desempenho dos atores. A cena de Christine e Raoul no telhado soa absolutamente ridícula. A seqüência do cemitério também, com Raoul cavalgando em um cavalo branco (que clichê!) para salvar Christine das mãos do malvado e sedutor Fantasma!. O que salva "O Fantasma da Ópera" do desastre total, acreditem se quiserem, é Joel Schumacher! Auxiliado por uma ótima direção de arte (embora irregular em determinadas seqüências, como na que se passa no cemitério, com os túmulos nitidamente artificiais) e pela bela fotografia, Schumacher consegue criar bons momentos, como o Baile de Máscaras, a melhor cena do filme, ou a cena inicial, relamente muito bonita quando saímos do preto e branco para o luxo do teatro.

Enfim, "O Fantasma da Ópera" é mais um filme ruim para a carreira de Joel Schumacher. Uma pena, porque um diretor mais competente (claro, tendo um roteiro melhor em mãos) poderia ter criado um clássico, uma obra-prima. Só há uma palavra para defenir este filme: fracasso.

Nota: 1 estrela em 5

Por Douglas Braga

3 comentários:

Nota do editor: este é o post número 100 do blog!

Maldito blog, faz eu detestar os filmes que eu amo --'

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