Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2 (crítica II)

Para Victor Bruno, a última parte da saga de Harry Potter não é nada demais, nem nada de menos. Apenas o suficiente

Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2

A saga de Harry, Hermione e Ron chega ao fim e Douglas Braga não gosta nada da sua conclusão

Especial David Fincher: A Rede Social

Na última parte do Especial, relembre o que Victor Bruno escreveu sobre A Rede Social, mais recente filme de David Fincher

Especial David Fincher: O Curioso Caso de Benjamin Button

Victor Bruno faz uma análise de O Curioso Caso de Benjamin Button, no penúltimo filme comentado neste especial

Especial David Fincher: Zodíaco

O nosso especial sobre David Fincher continua com Douglas Braga falando sobre Zodíaco, mais um thriller investigativo do norte-americano

domingo, 29 de agosto de 2010

Carrie - A Estranha

Carrie - A Estranha
Carrie, 1976
Dirigido por Brian De Palma
Escritor Lawrence D. Cohen (baseado no livro de Stephen King)
Com Sissy Spacek, Piper Laurie, Amy Irving, John Travolta, Betty Buckley

Stephen King é, provavelmente, o nome mais conhecido a nível mundial em termos de literatura de terror e suspense, além de vários livros de drama. Tamanho é o seu sucesso que diversas obras de sua autoria vêm sendo adaptadas para o cinema por grandes cineastas nas últimas décadas. Alguns exemplos são "À Espera de um Milagre", "O Nevoeiro" e "Um Sonho de Liberdade", todos de Frank Darabont; o fantástico "O Iluminado", de Stanley Kubrick; e, "Carrie, a Estranha", filme de 1976 dirigido por Brian de Palma.

Em linhas gerais, tanto o livro quanto o filme contam a mesma história. A personagem principal é Carrie White (Sissy Spacek), uma jovem que possui secretos poderes telecinéticos. Carrie vive em casa com sua mãe Margareth (Piper Laurie), uma fanática religiosa que controla a mão-de-ferro a vida da filha. Na escola, ela é humilhada por todos os seus colegas. Porém, uma aluna, Sue Snell (Amy Irving) se arrpende do modo como vinha tratando Carrie e decide pedir ao seu namorado, Tommy (William Katt), que a acompanhe ao baile de formatura. Contudo, nem tudo sai como planejado.


O roteiro de Lawrence D. Cohen adapta de forma precisa o livro de Stephen King. Este último é estruturado, em sua grande maioria, a partir de entrevistas com determinados personagens e algumas matérias de jornais, pelas quais ficamos conhecendo a história de Carrie. Porém, o roteiro do filme trata tudo de forma linear, o que acaba se tornando um grande ponto positivo, com os personagens tornando-se cada vez mais complexos e as tensões aumentando com o desenrolar da narrativa.

O bom roteiro é auxiliado pela fantástica direção de Brain de Palma, que construiu cenas antológicas. Um exemplo é a abertura, em que a câmera passeia lentamente pelo vestiário das meninas após um jogo de vôlei, até chegar a Carrie no momento em que ela tem sua primeira menstruação. Esta seqüência, assim como grande parte do filme, é embalado por uma magnífica trilha sonora. De Palma também utiliza o recurso da primeira pessoa em algumas cenas cruciais, e o resultado foi muito postivo.


Para dar conta da profundidade dos personagens, era necessário um bom elenco, que simplesmente supera as expectativas. Sissy Spacek consegue passar todo o turbilhão de sentimentos pelos quais passa Carrie, uma menina confusa, submissa a mãe, incompreendida e rejeitada por todos, porém doce e bastante sensível. Atores hoje renomados como Amy Irving e Jonh Travolta (que aparece bem pouco) dão conta do recado, assim como Betty Buckley, que interpreta a sra.Collins, professora de Educação Física que tem fundamental importância na trama. Mas o grande desatque mesmo é a atriz Piper Laurie; sua composição para Margareth White é impressionante, e é capaz de fazer o espectador odiar esta mulher fanática.

Todos os fatores acima (bom roteiro, direção impecável e atores excelentes), além de tecnicamente muito bem feito, fazem de "Carrie- A Estranha" uma pérola do gênero terror. É um filme para ver e rever, pois há muitos detalhes que nós não percebemos da primeira vez, magistrlamente "escondidos" pelo diretor. Um grande filme.

Nota: 4 estrelas em 5

Por Douglas Braga

Três é Demais

Três é Demais
Rushmore, 1998
Dirigido por Wes Anderson
Escrito por Wes Anderson & Owen Wilson
Com Jason Schwartzman, Bill Murray, Olivia Williams, Mason Gamble, Brian Cox, Luke Wilson, Sarah Tanaka

Qual é a dificuldade que você tem para dizer "Rushmore"? "Rushmore". Nem precisa forçar para falar com sotaque norte-americano. "Rushmore". Mais uma vez os "tradutores de títulos" cometem uma atrocidade com um filme, ao trocar o simples título do filme de Wes Anderson (Pura Adrenalina, O Fantástico Sr. Raposo), por um título ridículo como este. Mas eu nem deveria me irritar mais com isso. Atrocidades já são bem comuns nos títulos nacionais de filmes estrangeiros. Shutter Island (Martin Scorsese, 2010) que o diga.

Poucas vezes eu me identifiquei tanto com uma personagem. Vejamos a sinopse: Max Fischer (Schwartzman) é um aluno cujo seu nome marca presença em todas as atividades extra-curriculares. Das mais normais, como clube de latim, até as mais bizarras, como clube de gamão (quem, por Deus, ainda joga gamão?!) e de apicultura. Certo dia, após conhecer um rico industrial, Herman Blume (Murray) e de ser ameaçado de expulsão pelo seu diretor, Nelson Guggenheim (Cox), Fischer conhece uma bela e jovem professora, Rosemary Cross (Williams). Fischer desenvolve um amor nenhum pouco salutar, e desenvolverá os planos mais megalomaníacos (como construir um aquário com as mais variadas espécies de peixes). Tudo com o apoio do seu novo amigo Blume. Mas Fischer não contava com uma coisa só. Blume também se apaixona por Rosemary.


De certo modo essa sinopse lembra um pouco Quem Vai Ficar com Mary?. Eu disse "lembra". Apesar de ser uma comédia bacana, o filme dos Irmãos Farrely está longe de se aproximar da inteligência, força e beleza deste ícone do cinema independente norte-americano. Wes Aderson, junto com seus atores, cria um maravilhoso retrato singelo da obsessão e do amor. O filme não quer ser pretensioso, mas sabe da sua capacidade, e isto é um ponto forte.

Anderson, utilizando-se da sua grife habitual (câmera parada, zoom, distorção barrel, long takes, etc.) cria um filme singelo e sóbrio. Um casamento perfeito com o ritmo que o roteiro quer passar. Poucos cineastas conseguem conciliar roteiro e direção de modo tão eficaz como Anderson.

É óbvio que em alguns momentos o estilo de Wes torna-se abusivo. É realmente necessário a distorção no campo visual que ele insiste em colocar? Bom, ainda bem que quando isto acontece, temos os diálogos maravilhosos do script do próprio Anderson com Owen Wilson. Aliás, quando vejo os créditos da película, me vem apenas um pensamento na minha mente: "Por que, um sujeito que parece ser tão inteligente, como o Owen, faz um filme do estilo de Uma Noite no Museu?" Vai saber, né?

Jason Schwartzman (filho de Talia Shire, irmã de Francis Ford Coppola), no seu primeiro papel na carreira, mostra-se um excelente ator. Seu nariz estranho (aliás, toda a família Coppola tem narizes estranhos. Repare no de Sofia Coppola) lhe dá um ar extremamente cômico, e condiz com a sua personalidade excêntrica. Bill Murray faz um ótimo Herman Blume (o filme foi um renascimento na sua carreira). Olivia Williams, que não é muito conhecida (não me lembro de outros filmes dela fora O Sexto Sentido, Peter Pan e uma participação especial em Friends), faz um bom trabalho, bem competente.


Além de tudo isso, Rushmore trás uma ótima trilha sonora. Não só a instrumental, de Mark Mothersbaugh, colaborador habitual do diretor Anderson, como a não-original, recheada de músicas da época da Invasão Britânica. Rolling Stones, Donovan, The Who, estão lá marcando presença. Anderson explica que o motivo desta porrada de música britânica vem do visual de Max "que lembra um estudante britânico. Até por que ele quer ser um."

Entretanto não é só de louvor que este filme vive. Quando chegamos perto do final da projeção, e ainda vemos os dois brigarem por Rosemary, já estamos enfadados daquilo. Queremos descanso. Não somos nós quem está apaixonado pela professora. Estamos apaixonados pelo filme, e só queremos o seu melhor. Mas talvez haja uma explicação. O que um homem faz por uma mulher quando a ama. Não quer dividi-la. Por isso eles ainda estão brigando.

Por isto o nome de Rosemary poderia ser Helena.

Nota: 4 estrelas em 5

Por Victor Bruno

sábado, 28 de agosto de 2010

Galeria - Stanley Kubrick


A terceira imagem particularmente me deixa com medo toda vez que a vejo.

Por Victor Bruno

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Videocast Ornitorrinco Cinéfilo - Cancelado

Infelizmente nesta semana ficaremos sem o OrnitorrincoCast. Por que?

Perguntem ao YouTube. Desde ontem eu tento enviar o vídeo para lá e sempre aparece uma horrorosa mensagem de "Envio cancelado. Erro desconhecido."

Se algum de vocês puder me ajudar a esclarecer o que é isso, ou se é só uma brincadeira de extremo mal gosto do Google, toda comunidade ornitorrinconiana ficaria extremamente grata.

Até lá, quebrarei meu computador. Ou farei como aquele cara na sessão de Clube da Luta e entrarei na sede do Google Brasil para matar todos com uma Uzi.

Por Victor Bruno

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Roteiros - O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford

Certamente uma das melhores peças roteirísticas dos últimos cinco anos. Obrigatório para qualquer fã do cinema enquanto arte. Profundo até o limite.

Clique aqui para baixar.

Por Victor Bruno

domingo, 22 de agosto de 2010

Os Excêntricos Tenenbaums


Os Excêntricos Tenenbaums
The Royal Tenenbaums, 2001
Dirigido por Wes Anderson
Escrito por Wes Anderson & Owen Wilson
Com Gene Hackman, Anjelica Houston, Ben Stiller, Owen Wilson, Luke Wilson, Gwyneth Paltrol, Danny Glover, Bill Murray

De certa forma, as maluquices deste filme fazem sentido. Acho completamente correta a mensagem que a tagline do filme passa. "Família não é uma palavra. É uma sentença." Acima de tudo, família é uma coisa complicada. Por normas da sociedade, devemos amar, proteger e servir nossa família assim como os bombeiros servem e protegem a sociedade. Ou como os policiais (a diferença é que os bombeiros não vendem armas para traficantes, certo?). Entretanto, como podemos amar, servir e proteger uma família neurótica, onde cada um tem feridas psicológicas ou emocionais? É isso que este excelente filme de Wes Anderson (Três é Demais, A Vida Marinha com Steve Zissou) tenta explorar.
O filme começa com um prólogo brilhante. Conhecemos a família Tenenbaum, formada por Chas (Stiller), Richie (Luke Wilson) e a filha adotiva Margot (Paltrow). Eles vivem numa casa que parece um castelo em Nova York. Uma Nova York estranha, de casas que parecem castelos e sem táxis amarelos. Os Tenenbaums são uma família de gênios. Entretanto, com o passar do tempo, quando cada um vai lentamente se despedaçando, em sua genialidade ou qualidades, a família vai igualmente se deteriorando. Até que o pai, Royal (Hackman), é despejado do hotel onde vivia e, sem lugar para onde ir, resolve voltar para a casa que comprou a 22 anos atrás, antes da família se deteriorar.


"Família". Este é um tema recorrente na filmografia de Anderson. Tanto quanto vingança é recorrente na filmografia de Quentin Tarantino (Cristo!, eu não consigo passar um dia sem falar este nome!). Wes fala de família neste filme, em A Vida Marinha com Steve Zissou, em A Viagem a Darjeeling. Aliás, as famílias que o Sr. Anderson abordam não são famílias normais, mas desfuncionais, como a minha (e muitas outras), e Wes sabe como ninguém falar sobre este tema.

A direção do filme é -- no mínimo -- interessante. Anderson tem um ótimo estilo, embora não saiba ainda usa-lo eficientemente. Seu estilo é caracterizado por uma lente grande-angular, que forma um efeito interessante, chamado de "efeito barril", onde a imagem tem uma distorção para dentro, fazendo os objetos se aproximarem do público. Wes também se utiliza do zoom e do dolly para apresentar personagens que surgem de repente, ou quando eles se impressionam (lembra um pouco o estilo de Martin Scorsese, que -- aliás -- quando perguntado sobre "quem poderia ser o próximo Scorsese", respondeu "observem Wes Anderson").

Mas... mesmo com um diretor talentoso, o filme falha. Mais por culpa do roteiro do que pela direção. Assinado por Anderson e por Owen Wilson, o roteiro parece formar um monte de cenas desconexas na primeira hora de projeção, transformando a projeção em algo frio e sem graça. Tudo bem que as personagens são assim, frias, mas num filme que se propõe a fazer rir a partir das desgraças que acontecem com os Tenenbaums, isso é um pecado. Felizmente isso muda no seu final, com tiradas sensacionais e uma construção ótima no fio narrativo, mesmo que um tanto tarde.


Wes conta com um elenco de luxo em seu filme. Gene Hackman (Operação França, O Jovem Frankstain), Gwyneth Paltrow (Shakespeare Apaixonado, O Talentoso Ripley), Ben Stiller (Greenberg, Duplex), entre tantos outros, formam um elenco estrelado sensacional, contando com a participação de Alec Baldwin na narração. Gwyneth Paltrow constrói a personagem mais interessante, sem dúvida. Repleta de dúvidas e com uma alma completamente despedaçada, Paltrow nos diz tudo isso com um olhar triste, maquiagem pesada e sua presença sempre distante no enquadramento, normalmente nos cantos e quase desfocada na câmera do talentoso Wes Anderson. Gene Hackman também não fica para trás e faz um adorável mentiroso (a cena final diz tudo o que precisávamos saber sobre Royal Tenenbaum).

Mesmo assim o filme permanece com um grande vazio. Um interessante vazio em tom vermelho.

Nota: 3 estrelas em 5

Por Victor Bruno

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O melhor de Bastardos Inglórios - Geraldine Brezca

Até cinco minutos atrás eu não fazia idéia de quem diabos era Geraldine Brezca, mas, pesquisando alguns vídeos no YouTube, achei um dos extras da edição americana de Bastardos Inglórios (Quentin Tarantino - 2009).

O extra em questão trás as tiradas hilárias de Geraldine Brezca, a garota da claquete de Quentin Tarantino. Ela diz coisas como "Inglourious Basterds, scene 72B, take 4, a new fucking awsome adventure by the genius Quentin Tarantino." E por aí vai.

Interessantíssimo. (OK. É só a garota da claquete de QT.)

Seu navegador não suporta o vídeo.



Por Victor Bruno

P.S.: No still do YouTube aparece esse cara de cabelos longos e brancos. Este é o diretor de fotografia do filme, Robert Richardson (Cassino, O Aviador). A Geraldine é a garota de cabelos pretos e curtos.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

You're not in Kansas anymore, you are in Mars

,Mercúrio, Vênus, Terra, Marte,
Júpiter, Saturno, Urano, Neturno, Plutão e Pandora


Segundo o site Cinema em Cena, James Cameron (Prianha 2, True Lies) está trabalhando num projeto em que não se pode definir onde acaba a genialidade e onde começa a loucura e a megalomania. Cameron, em entrevista à MTV, filmará um novo filme em 3D. Não é nada de mais, não?

Mas será em Marte.

Cameron revelou que à mais de 11 anos desenvolve uma câmera com a NASA (eu preciso dizer que a NASA é a agência americana que cuida do Espaço?) capaz de filmar em três dimensões, com captura de imagens e zoom perfeito no solo do "planeta vermelho".

O início das filmagens não está perfeitamente programado, mas tudo indica que apartir do ano que vem, Cameron iniciará o projeto para o filme. Na verdade não é bem um filme de facto, mas sim um projeto experimental.

Eu só torço para que não apareça nenhum paraplégico azul saltitando em solo marciano.

Por Victor Bruno

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Sobre simbolismos e Shyamalan

Agora que nesses últimos dois dias viemos discutindo sobre um diretor ruim, Uwe Boll, resolvi reprisar uma antiga postagem do blog. A postagem, como devem ter observado no título, refere-se à M. Night Shyamalan.

Parece que se apaga da mente das pessoas, sejam elas cinéfilas ou não, que Shyamalan não vive só de um filme, não fez um só filme e ele também não vai fazer um filme só. Não adianta as pessoas ficarem esperando um novo I See Dead People (1999), por que isso não vai acontecer. Shyamalan nos apresenta algo maravilhoso em todos os seus filmes: simbolismos.

Talvez nem sejam simbolismos, mas é algo muito interessante. Em todos os filmes do diretor indiano existem metáforas e valores que devem ser reconhecidos -- e aplaudidos -- pelos espectadores. Vejamos:

  • Em O Sexto Sentido, Malcolm Crowe é um psiquiatra que enfrenta um trauma de um paciente seu do passado, Vincent. Esta mente não foi recuperada e vem se vingar, lhe acarretando sérias consequências. Enquanto isso, Malcolm vê um novo Vincent no garoto Cole, como uma chance que a vida lhe dá de reparar o seu erro. Temos aqui uma clara busca de redenção e perdão, belíssimamente guiada por M. Night.
  • Em Corpo Fechado, Elijah e David são exatamente os lados opostos da moeda. Duas polaridades completamente diferentes. Enquanto Elijah é fraco, tão fraco que pode fraturar sériamente um osso fácilmente, David é o único sobrevivente de um terrível acidente de trem. Elijah passou a vida toda sendo rejeitado pela sua condição e -- ao mesmo tempo -- guiou uma busca quasi infindável pelo seu oposto. Ele sabe que deve haver alguém completamente diferente de si no mundo, e procura este alguém como um vilão de histórias em quadrinhos. Temos aqui uma busca da pessoa e seu lugar no mundo.
  • Em Sinais, Graham perde sua fé em Deus após perder sua esposa num terrível acidente de carro. Ao mesmo tempo ETs invandem a terra pondo em cheque o mundo inteiro. Graham se vê obrigado a combater isso com a única arma que não tem. Fé. Temos a busca do homem por algo que não vê e nem sabe se existe: Deus -- e obviamente a fé.
  • Em A Vila temos uma sociedade que procurou se isolar do mundo para criar um modelo perfeito de vida, mesmo sabendo que existem monstros à espreita nos arredores, que podem atacar a qualquer momento. Aqui há uma clara referência à hiprocrisia dos americanos, de se acharem perfeitos, mas ao mesmo tempo têm que lidar com a frustração de não serem perfeitos. (Em escala menor o filme pode ser considerado uma crítica à sociedade dos quackers, que pararam no tempo e vivem exatamente como no século XVIII.) O filme se torna ainda mais perfeito quando é feito no olhar de um estrangeiro, como Shyamalan é.
  • A Dama na Água não entra por que é uma masturbação fílimica que terminou sem chegar ao orgasmo.
  • Fim dos Tempos pinta o apocalípse quando a natureza se revolta e passa a matar os humanos que tanto a agrediu. O filme é -- além de ser um ótimo programa de entretenimento (esqueçam, pelo amor de Deus, o microfone!) -- uma crítica a paranóia americana do terrorismo.
(Prying with Anger e Wild Awake não entram por que duvido que alguém tenha visto.)

Se vocês esquecerem do meninozinho que vê gente morta poderão aproveitar as metáforas. Cada filme é um filme diferente. Um maravilhoso mundo em celulóide nos entregue de presente.

Por Victor Bruno

Galeria - David Lean






Por Victor Bruno

domingo, 15 de agosto de 2010

Roteiros - O Sexto Sentido

"I see dead people."

Clique aqui para baixar.

Por Victor Bruno

sábado, 14 de agosto de 2010

QuoteBoll - As melhores frases do pior diretor

And thus spoke Boll...

A saga pelo universo Uwe Boll continua no blog. Agora estão aqui as melhores frases de Santo Uwe Boll. Primeiro em inglês e abaixo suas respectivas traduções para o português.

"Hell is for heroes."
(O inferno é para heróis.)
-- Frase-título do filme 1968: Tunnel Rats. (Então os covardes vão para o céu?)

"Fans are always totally flipping out and I understand that the fan of a video game has his own agenda in his head and has his ideas about what is a good movie and what is a bad movie."
(Fãs são sempre totalmente pirados e eu entendo que um fã de video-game tem sua própria agenda e tem as suas idéias sobre o que é um bom filme e o que é um mal filme)
-- Uwe Boll sobre seus filmes.

"I think I made a perfect House of the Dead movie, because it really shows how the game is. It's a lot of fun, it's over-the-top action."
(Eu acho que fiz um House of the Dead perfeito, por que realmente mostra como o jogo é. Bem divertido e tem ação até o limite.)
-- Uwe Boll sobre seu House of the Dead. (Eu sugiro que você pare aqui. Ele fala coisa mais absurda nas próximas citações.)

"Harry and Quint are retards."
(Harry e Quint são retardados.)
-- Uwe Boll sobre Harry Knowles e Eric Vespe, dois críticos internautas que falaram mal de seus filmes. (É interessante observar como Boll respeita as pessoas que sofrem de doenças mentais (e como ele tem respeito sobre ele mesmo).)

"[Didn't] understand anything about movies and that you are a untalented wanna bee filmmaker with no balls and no understanding what Postal is. You don't see courage because you are nothing. And go to your mum and fuck her... because she cooks for you now since 30 years... so she deserves it".
(Você não entende nada sobre filmes e você não tem talento para ser um cineasta abelhudo sem colhões para entender o que Postal é. Você não vê coragem por que você não é nada. Então vá para a sua mãe e foda-a... por que ela cozinha para você a 30 anos. Então ela merece isso.)
-- Uwe Boll sobre o crítico da Wired que falou mal de Postal. (Quer dizer que o Uwe transou com a mãe dele só por que ela cozinhava?)

"I also felt that people signed numerous time on the petition so it is probably only like 150,000 people that actually signed it."
(Eu também acho que as pessoas assinaram repetidas vezes na petição. Então é provável que só 150.000 pessoas que realmente assinaram.)
-- Uwe Boll sobre uma petição com mais de 2.000.000 de assinaturas pedindo sua retirada do mundo cinematográfico.

" [I'm] the only genius in the whole fucking [movie] business [...] Michael Bay e Eli Roth são retardados."
(Eu sou o único gênio na porra do negócio dos filmes.)
-- Boll sobre Boll. (Talvez eu concorde com a segunda parte.)

"[Postal will be] way better than all that social-critic George Clooney bullshit that you get every fucking weekend."
(Postal será muito melhor que toda aquela porcaria de crítica social do George Clooney que você pega em toda porra de fim de semana.)
-- Uwe sobre Postal.

"This day showed us that we are all completely voyeurs greedy for thrilling entertainment no matter if this is real or not."
(Esse dia nos mostrou que nós somos espectadores completamente sedentos de entretenimento de suspense, sem nos importar se é real ou não.)
-- Boll sobre as transmissões initerruptas na TV sobre os Atentados de 11 de Setembro. (Provavelmente a mente dele não compreendeu o que era o 11 de Setembro.)

"There are directors that make one good movie their whole life, but this movie creates a buzz around the director, then they get like forever good reviews. Till someone 20 years later says, 'Look, to be honest I liked only the one movie of that guy'. In my case it’s exactly the opposite. I get trashed for whatever I do. They don’t see any difference in what I’m doing."
(Existem diretores que só fizeram um filme bom na sua vida inteira, mas esse filme cria um oba-oba ao redor do diretor, então eles receberão eternamente boas críticas. Até que alguém, 20 anos depois, diz 'Olha, para ser honesto, eu só gostei de um filme desse cara'. O meu caso é exatamente o oposto. Eu serei linxado por qualquer coisa que eu faça. Eles não vêem diferença no que eu estou fazendo.)
-- Uwe sobre as críticas. (Essa, em particular, me fez chorar. Mas... e o Hitchcock com Um Corpo que Cai?, e Martin Scorsese com New York, New York?, e David Lean com A Filha de Ryan?, e Max Ophüls com Lola Montès...)
Bem. Agora eu só tenho uma coisa a dizer. Boll, por favor, fale mais. Adorei.

Por Victor Bruno

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Jukebox - Cães de Aluguel

Ok, tudo bem, eu posso não gostar do Tarantário, mas ele tem bom gosto musical.

Vale dizer que este é o filme com a menor soundtrack de Quentin, por óbvias questões de orçamento.

  • "LITTLE GREEN BAG"
    Performed by George Baker Selection
    Written by Jan Gerbrand Visser and Benjamino Bouwens
    Courtesy of Rhino Records/Jerry Ross Productions


  • "STUCK IN THE MIDDLE WITH YOU"
    Performed by Stealers Wheel
    Written by Gerry Rafferty and Joe Egan
    Courtesy of A&M Records


  • "I GOTCHA"
    Written and Performed by Joe Tex
    Courtesy of Tree Productions


  • "FOOL FOR LOVE"
    Written and Performed by Sandy Rogers


  • "HOOKED ON A FEELING"
    Performed by Blue Swede
    Written by Mark James
    Courtesy of EMI Records USA
    A division of Capitol Records, Inc.
    By Arrangement with CEMA Special Markets


  • "COCONUT"
    Written and Performed by Harry Nilsson
    Courtesy of The RCA Record Label of BMG Music


  • "HARVEST MOON"
    Performed by Bedlam
    Written by Jay Joyce
    Courtesy of MCA Records


  • "MAGIC CARPET RIDE"
    Performed by Bedlam
    Written by Rushton Moreve and John Kay
    Courtesy of MCA Records


  • "WES TURNED COUNTRY"
    Written by Nikki Bernard
    Courtesy of Ole Georg/Capitol Production Music


  • "COUNTRY'S COOL"
    Written by Peter Morris
    Courtesy of Ole Georg/Capitol Production Music


  • "IT'S COUNTRY"
    Written by Henrik Nielson
    Courtesy of Ole Georg/Capitol Production Music
Clique aqui para escutar a música de abertura do filme, Little Green Bag, do George Backer Selection.

Por Victor Bruno

Um espirito baixou em mim.

"Ed Wood que nada, sou único no que faço."

A pouco tempo (literalmente) Victor escreveu um texto sobre Uwe Boll (candidato a mascote do nosso blog). Isso me fez lembrar de um cineasta igualmente criticado Ed Wood.Vejamos as semelhanças entre ambos.

Esses dois "gênios" do cinema nos deram a oportunidade de desgustar de grandes porcarias cinematograficas são duas delas Glen ou Glenda e Far Cry. Eis o x da questão. Eles roubaram temas curiosos cheios de reviravoltas e não souberam aproveitar destes, também dois amadores com o carisma do meu tio que se acha engraçado,uma pena. Estamos quase desvendando um dos grandes mistérios da vida de Uwe Boll, vamos em frente com nossa investigação.

Temas polêmicos,games e filmes tem uma química incrível,agora três perguntas que não querem calar:

Ed Wood soube aproveitar temas polêmicos e os transformar em um filme agradável? Não.

Uwe Boll soube aproveitar de jogos para transformalos em um filme decente? Não.

E vice-versa caso ocorresse? Também não

Seria esta outra semelhança mais uma pista? É bem provável.

Já estamos perto de ter certeza se Uwe Boll é realmente o retorno "triunfal" de Ed Wood.
Outro fato curioso é o equilibrio entre as péssimas escolhas de elenco e roteiro,desde atuações mediocres ou até mesmo abismais,dialogos forçados,arrastados,cansativos são tantas pistas que vou parar por aqui.

Nós do blog Ornitorrintico Cinéfilo ficamos felizes por você gostar de trabalhar Uwe Boll, mas infelizes pelo seu trabalho. Até o próximo post.

Por Lucas Moraes

Ei, Uwe! Olha para cá!


Ei, Uwe! Olha aqui!

Sim, achou estranho? Saiba que eu também me acho estranha. Sou a embalagem de um DVD sei. Isso, isso? Acha isso bizarro? Não tanto quanto seus outros filmes, ou até eu mesma. Não, por que, convenhamos, você é um charlatão de marca maior. Não, não, deixe-me acabar. Fique com a boca calada até o final da minha fala. Depois você diz algo.

Outro dia eu estava conversando com o DVD de Alone in the Dark e ele me disse com um tom triste, melancólico... "Sabe, eu às vezes tenho vontade de me matar. De me jogar dessa prateleira e me espatifar em mil pedacinhos no chão. As pessoas passam por aqui e dizem 'Argh! Uwe Boll! O pior diretor do mundo'. Eu sabia que o Uwe era ruim, mas nunca a ponto de chama-lo de 'O Novo Ed Wood.'"

Quero que você saiba, Uwe, que eu às vezes também sinto essa ânsia suicída. Me dói na mente e no coração ser chamado de "um filme do sucessor de Ed Wood". Você não sente vergonha, na hora da edição do filme, de ter que colocar "Um Filme de Uwe Boll"? Ou "Dirigido por Uwe Boll"? Eu sinto vergonha. Por exemplo, um cliente dessa locadora chega aqui e diz "Ah, sim, agora eu criei coragem para assistir esse filme do Uwe Boll." No fim do filme eles dizem "Joguei meu dinheiro fora."

Essa é a sina de ser um filme de Uwe Boll. É terrível. Deprimente. Você acaba com os filmes. Não venha me dar exemplos com Ed Wood. Existem três tipos de diretores ruins, caso você não saiba. Existem os diretores ruins que melhoram considerávelmente com o decorrer do tempo. Existem os diretores ruins que não melhoram, mas se tornam cult. E existe um terceiro tipo, que são dos diretores ruins, bem ruins, que nunca melhoram e se tornam páreas no mundo do cinema. Você está nesse terceiro triste grupo.

Há algo que eu acho ainda mais deprimente. O fato de você não admitir ser ruim. Não, de jeito nenhum. Antes de eu iniciar esse tópico, diga-me, quem disse para você que tu serias um bom diretor? Uh? Só pode ter sido sua mãe, mas palavra de mãe não conta. Eu tenho a capa ridícula, mas a desenhista de produção do filme me achou linda. Bom o que eu quero dizer é que, caramba, você chama os críticos que criticam -- com razão -- seus filmes., tachando-os de ruins, terríveis, abomináveis, você -- você os chamam de nerds! Quem dos dois é o nerd, os críticos profissionais ou o cara que só adaptou jogos a vida inteira? Reflita sobre isso.

Agora Uwe, que eu já desabafei, volte para casa, tome uma ducha e jogue The House of Death e veja a porcaria que fez.

Que droga, qualquer coisa que você faça é uma porcaria.

Por Victor Bruno

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O Fantasma da Ópera

O Fantásma da Ópera
The Phanton of the Opera, 2004
Dirigido por Joel Schumacher
Roteiro de Andrew Lloyd Webber & Joel Schumacher (baseado no livro Le Fantôme de L'Opéra e na peça musical de Andrew Lloyd Webber)
Com Gerard Butler, Emmy Rossum, Patrick Wilson, Miranda Richardson

Joel Schumacher já provou diversas vezes ser um diretor medíocre. Quem não se lembra de suas "pérolas" "Batman Eternamente" e "Batman & Robin"? Após realizar diversos filmes fracos, parecia que, em 2004, Schumacher iria encontrar a redenção na adaptação de um dos musical mais famosos de todos os tempos para o cinema, "O Fantasma da Ópera". Mas o resultado ficou bem abaixo do esperado.

O filme se passa no fim do século XIX, em Paris. Diva da cidade, La Carlotta (Minnie Driver) desiste de atuar na ópera "Hannibal" no dia da estréia, e os novos diretores do teatro, o senhor Andre (Simon Callow) e o senhor Firmin (Ciarán Hinds) dão uma oportunidade a Christine Daae (Emmy Rossum), que foi criada pela diretora do local, Madame Giry (Miranda Richardson). Porém, Christine possui um protetor misterioso, que lhe ensinou a cantar e exige constantes pagamentos para não causar desastres ao teatro. Ele é conhecido como o Fantasma da Ópera (Gerard Butler).


A história poderia render um belo filme, com as mágicas canções da ópera. Porém, o roteiro é realmente muito ruim. Quase todos os personagens, com a possível exceção de Christine, são mal constrídos, sem profundidade alguma. O pior caso é o da Madame Giry, a qual não sabemos de que lado está e não acresecenta absolutamente nada ao filme, além de contar a origem do fantasma. Os diálogos são sofríveis na maior parte do tempo, especialmente aqueles entre Christine e o Visconde Raoul (Patrick Wilson), o "casalzinho" do filme.


Pior mesmo que o roteiro são as atuações, que devem entrar entre as piores da década. Gerard Butler não convence como o Fantasma, criando um personagem extremamente caricato, que em momento algum lembra um ser ameaçador. Além do mais, apesar de não cantar mal, sua voz "sensual' quase estraga algumas das canções mais famosas de todos os tempos. Patrick Wilson está absolutamente patético com Raoul, o grande amor de Christine e o bom moço , e suas cenas são as piores de todo o filme. Emmy Rossum é completamente inexpressiva e, apesar de ter uma voz doce, parece mais um "boneco de cera" na maior parte da película. Miranda Richardson, que já esteve ótima em filmes como "A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça" e "As Horas", é prejudicada pelo vazio de sua personagem e nos brinda com a pior atuação de sua carreira. Os coadjuvantes se saem um pouco melhor. Simon Callow e Ciarán Hinds, nos papéis dos donos do teatro, se esforçam para conferir algum humor a trama. Na maior parte do tempo, são acompanhados em cena por Minnie Driver, a única que foi dublada nas cenas musicais. Ao contrário do que muitos dizem, Driver é a melhor do elenco, pois constrói uma atuação caricata na medida certa para interpretar La Carlotta.

As canções insesquecíveis estão lá, mas são muito prejudicadas pelo desempenho dos atores. A cena de Christine e Raoul no telhado soa absolutamente ridícula. A seqüência do cemitério também, com Raoul cavalgando em um cavalo branco (que clichê!) para salvar Christine das mãos do malvado e sedutor Fantasma!. O que salva "O Fantasma da Ópera" do desastre total, acreditem se quiserem, é Joel Schumacher! Auxiliado por uma ótima direção de arte (embora irregular em determinadas seqüências, como na que se passa no cemitério, com os túmulos nitidamente artificiais) e pela bela fotografia, Schumacher consegue criar bons momentos, como o Baile de Máscaras, a melhor cena do filme, ou a cena inicial, relamente muito bonita quando saímos do preto e branco para o luxo do teatro.

Enfim, "O Fantasma da Ópera" é mais um filme ruim para a carreira de Joel Schumacher. Uma pena, porque um diretor mais competente (claro, tendo um roteiro melhor em mãos) poderia ter criado um clássico, uma obra-prima. Só há uma palavra para defenir este filme: fracasso.

Nota: 1 estrela em 5

Por Douglas Braga

terça-feira, 10 de agosto de 2010

O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford

O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford
The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford, 2007
Dirigido por Andrew Dominik
Escrito para as telas por Andrew Dominik (Baseado no livro de Ron Hansey)
Com Brad Pitt, Casey Affleck, Sam Rockwell, Mary-Louise Parker, Garrett Dillahunt, Sam Sheppard

Droga, desculpe-me por contar o final do filme para você, logo no título, mas, não culpe a mim, culpe a Andrew e seu fantástico, sensacional, indescritível O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford. Um dos, com certeza, melhores filmes da última década, não só pelo esplêndido trabalho na cinematografia, mas bem como na filosofia e no roteiro magistral.

Quantas vezes você fez uma ação esperando ser recompensado com glórias, mas, ao contrário de tudo o que você previa e imaginava, o seu tiro acaba saindo pela culatra e você é tachado exatamente do oposto que você fez?

Imaginemos uma situação hipotética. Imagine que você é fã de... uh... Jack Nicholson. Você sempre adorou Jack Nicholson. Você assistiu seus filmes desde The Cry Baby Killer até Antes de Partir, passando por Um Estranho no Ninho, Batman, Marte Ataca!, etc. Todinhos.

Finalmente chega o dia em que você tem a oportunidade de conhecer o Jack. Ele está lá, sentado numa mesa, ou no tapete vermelho. Você encara-o frente-a-frente.

"- Hi, Mr. Nicholson, I'm your fan, I watche --

- Yes, yes, whatever."

E você fica lá, com cara de bobo, por que Jack Nicholson é exatamente o oposto do que você imaginou. Ele é grosso, arrogante e pensa que o mundo gira ao seu redor.


É exatamente o que acontece com Robert Ford em O Assassinato de Jesse James.... Nos idos do século XIX, Jesse James (Pitt) e seu irmão eram os maiores ladrões de trem, bancos, lojas, casas, estábulos, prostíbulos, rios cheios de peixes e só não roubavam aviões por que ainda não haviam inventado. O fato é que o oba-oba em cima de James e sua gangue eram tão grande que existiam revistas em quadrinhos e livros falando sobre os seus maravilhosos assaltos e suas fugas espetáculares. (De fato era tão grande a admiração que as pessoas tinham por este fora-da-lei que só faltavam pedirem por favor para que roubassem suas lojas.) Na mente do pequeno Robert Ford (Affleck) cresce um mito maior do que o comum. Então ele afirma que um dia entrará na gangue do famoso ladrão. Este dia chega e James é exatamente o oposto do que ele imaginava. Ele não é um ladrão espetacular, de fugas mirabolantes, ou simpático para quem é roubado, mas sim um fanfarrão grosso e prepotente que é capaz de matar qualquer um que se oponha a ele, inclusive se for da sua própria gangue. Robert Ford então toma uma decisão que mudará sua vida. Matar Jesse James.

O enredo é simples, eficaz e se desenrola de forma sensacional. Nas mãos de um outro diretor, esse filme se tornaria simples, anti-dramático. Talvez só mais um Western pós-modernistas. Nas mãos de Andrew Dominik (que é um veterano diretor de comerciais na Austrália e havia dirigido apenas um filme, chamado Chopper, com Eric Bana, em 2000) o filme se transforma em um drama filosófico sensacional, digno de ser confundido com um filme de Terrence Malick.

Robert Ford tem o desejo de ser grande. Segundo ele fora um fracassado rejeitado por todos durante toda a sua vida e não poderia desperdiçar uma chance de fazer algo grande. Um sujeito dessa natureza não poderia cair em mãos melhores que as de Casey Affleck (Gerry, Onze Homens e Um Segredo). Affleck passa todo o espírito ambíguo, indeciso e inocente de Ford. Um homem que demora quase uma semana e alguns dias para completar suas falas e -- quando consegue -- fala num tom arrastado, como se não tivesse certeza do que está dizendo. Brad Pitt faz um exemplar Jesse James, que já está cansado da sua vida de crimes e sabe que irá morrer logo, por mais que tente escapar, eliminando seus inimigos, sabe que seus esforços não valerão de coisa alguma. Como coadjuvante o sempre eficiente Sam Rockwell faz um ótimo Charley Ford, o homem que sempre tenta arrumar a situação.

O roteiro de Dominik tenta desmistificar o mito do bandido do oeste. Nos EUA, principalmente na época de seus crimes e sua morte, Jesse James era visto como um herói. Um semi-Robin Hood. Há uma cena em particular que nem mesmo Jesse gosta dessa alcunha.

"- Eu tenho muitas coisas sobre você. Revistas, livros. "Os Espetaculares Irmãos James".

- Você sabe que tudo isso é mentira, não sabe?

- (Em tom de desilusão) Sei."


Assim como o roteiro, Dominik também faz um trabalho exemplar na direção. Sempre seguindo um rítimo seguro e lento, sem exaltar o filme, ou procurando deixá-lo mais rápido, Andrew preza pelas imagens. E faz isso com êxito. Em seu filme, ele procura demonstrar o nervosismo e a ansiosidade do que está por vir, a tragédia que se seguirá. Note no duelo entre dois personagens, que ocorre num lugar fechado. Os dois gastam todas as suas balas numa distância de no máximo 45 cm, e não conseguem acertar um ao outro. É necessário um terceiro homem para conter o tiroteio (aliás, esse é o único do filme).

Ao lado da direção, Roger Deakins (Barton Fink, Kundun) faz um trabalho na fotografia de encher os olhos. Talvez a melhor fotografia da década (eu sei que não é, mas está no Top 10). Seu trabalho transmite uma atmosfera onírica, de lembranças de algo que já passou. As cenas em flashback são filmadas como se estivéssemos vendo algo num globo de neve, ou por uma vidraça, sensacional.

Como já dito, o filme caminha a passos de tartaruga (tanto que a primeira versão tinha mais de quatro horas de duração). Isso não impede que a tensão cresca no decorrer do filme, principalmente em seus 30 minutos finais. A desmistificação do sonho, que pode ser até mesmo confundida, ou o filme quis representas, a ilusão do American way of life.

E pobre do homem que disser que a América não é um bom lugar. Se tornará um pária e terá o mesmo destino do pobre covarde Robert Ford.

Talvez cairá no chão, verá a luz se esvaíndo dos seus olhos antes de encontrar as palavras certas.

Nota: 5 estrelas em 5

Por Victor Bruno

domingo, 8 de agosto de 2010

Defendendo Tarantino.

Não faça isso. Victor é apenas mais um olhar crítico assassino.





"Maldito seja... Quentin Tarantino". A frase que resume a opinião do responsável por este blog Victor Bruno sobre o respeitado diretor,não posso negar que Victor argumentou bem em sua ousada postagem na qual falava mal do mesmo (http://ornitorrincocinefilo.blogspot.com/2010/04/maldito-seja-quentin-tarantino.html) mas sendo Tarantino um dos meus maiores ídolos não pude deixar de defende-lo.

Primeiramente Victor elogiou duas grandes obras de Tarantinos Cães de Aluguel e Pulp Fiction dois importantes filmes para a década de 90,embora nosso amigo Victor discorde.Você não leu errado caro leitor,o editor chefe deste blog não considera ambos filmes grandes obras cinematográficas apenas Pulp Fiction tem esta consideração por parte do maior anti-Tarantino da história.Depois de um ato de coragem (por negar que Cães de Aluguel tenha sido uma obra indiscutível do cinema mundial em pleno blog destinado a cinéfilos)Victor nos "presenteia" com a seguinte afirmação:

"Se Tarantino tivesse um aneurísma, diabetes, se ele se matasse, explodisse um carro consigo dentro, tivesse a doença que faz as pessoas morrerem em Fim dos Tempos... enfim se ele tivesse parado de filmar eu diria que ele é um grande diretor."

Quer dizer que Kubrik só é um grande diretor por ser psicótico o suficiente a ponto de torturar psicológicamente uma atriz no set de filmagem de O Iluminado (e a atriz masoquista o suficiente a ponto de autorizar tamanha tortura) e por seu falecimento? Só nos resta esperar por uma resposta.

Após uma curiosa colocação Victor fala que Jackie Brown é apenas um bom filme...mas em seguida fala que é um filme mediano.Considero (e creio que muitos concordem comigo) ambos critérios de avaliação totalmente diferentes,sendo um bom filme aquele com grandes pretensões no qual elas funcionam com fluidez,tornando o filme agradável e um filme mediano aquele que não funciona como deveria não passando de algo divertidinho e esquecivel.Jackie Brown de maneira alguma é um filme esquecivel,tão pouco que inclusive foi lembrado pelo Victor que com toda certeza e segurança afirmou ser apenas um bom filme.

Uma das partes mais interessantes de seu post é quando ele afirma não suportar ouvir que Kill Bill é o melhor filme de todos os tempos e de fato não é para todos pois quem tem um olhar muito crítico pode até o julgar como um clichê dos piores por ser a típica história de vingança.Pode não entrar no top10 dos melhores filmes que já vi por não ser algo tão complexo mas sem duvida alguma Kill Bill entra no top 10 dos filmes mais divertidos que já vi.

Destaque para a comparação que Victor faz entre Tarantino e Oliver Stone,que apesar de esbanjarem violência em seus filmes tem muitas diferenças,são tantas que Tarantino chegou a não assistir Assassinos por Natureza por vontade própria porque no seu ponto de vista Stone estragou seu roteiro com exageros um tanto quanto desnecessários.

E para fechar com chave de ouro seu post Victor fala do ultimo trabalho de Tarantino,Bastardos Inglórios que pelo que entendi considera o mesmo apenas um programa razoável,vou deixar esse fato passar em branco,afinal é apenas uma honesta opinião.

Enfim não entendi o motivo da afirmação "Maldito seja...Quentin Tarantino" já que Victor não falou mal de nenhum de seus trabalhos.

Fãs de Tarantino larguem as tochas e os tridentes porque se Victor morrer não teremos uma resposta. Até o próximo post.

Por Lucas Moraes

sábado, 7 de agosto de 2010

O Tambor

O Tambor
Die Blechtrommel, 1979
Dirigido por Volker Schlöndorff
Escritores Jean-Claude Carrière, Volker Schlöndorff, Franz Seitz
Com Mario Adorf, Angela Winkler, David Bennent, Katharina Thalbach

O filme “O Tambor”, dirigido por Volker Schlöndorff e produzido no ano de 1979, foi baseado na obra homônima de Günter Grass.

Em meio à cidade de Danzig, na Polônia, no pós-Primeira Guerra Mundial, acompanhamos a história de Oskar Matzerath (interpretado pelo ator David Bennet), desde 1899 (ano em que seus avós se conheceram de forma inusitada num campo de batatas) até 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial. Oskar nasce em 1924, e logo ao sair do útero sua mãe lhe promete que, em seu aniversário de três anos, o menino ganharia um tambor de latão. Contudo, no dia do seu aniversário, Oskar (que também é o narrador em off dos principais acontecimentos), presencia as brincadeiras sexuais entre sua mãe Agnes e o primo dela Jan, sem o conhecimento de Alfred, seu suposto pai. A partir deste momento, e refletindo acerca do mundo dos adultos, Oskar decide parar de crescer. Sempre perspicaz e atento às relações familiares à sua volta, , o menino não aceita que lhe tirem seu tambor de latão, e sempre que alguém tenta, ele emite um grito agudo, capaz de quebrar vidros. Assim, ao longo das quase duas décadas seguintes, compreendemos as relações de Oskar com o mundo à sua volta, sejam seus parentes, ou então seus novos conhecidos (como o Bebra e seu grupo de anões de circo), ao mesmo tempo em que o movimento nazista está crescendo, mesmo na Polônia, e Alfred Matzerath se filia ao Partido Nazista. Dessa forma, acompanhamos como se dá a vida de Oskar em meio ao contexto de ascensão do nazismo e da Segunda Guerra Mundial.

O filme apresenta uma estrutura bastante peculiar e utiliza muitas metáforas, além de uma certa dose de fantasia. O triângulo amoroso entre Agnes, Jan e Alfred representaria de forma clara as tensões políticas da época, ela que é nativa de Danzig, Jan sendo um polonês naturalizado, e Alfred representando os ideais do Reich alemão.


Oskar Matzerath é um personagem extremamente complexo, e representa essa Alemanha que parou de crescer por opção própria na década de 1930, culminando no que todos já sabemos, para só crescer depois da Segunda Guerra (no livro de Günter Grass, a narrativa continua até a ida de Oskar, crescido mas deformado, até o manicômio, de onde ele narra os acontecimentos). Oskar sempre aprece ciente do que está acontecendo em sua volta, principalmente no âmbito familiar, e usa de perspicácia e ironia quando as coisas não acontecem como ele espera (vários personagens parecem encará-lo como uma criança, mesmo com ele já crescido). Além disso, o personagem apresenta grande dose de fantasia (como percebemos pela própria “decisão” de parar de crescer e seus pensamentos ainda no útero da mãe, ou ainda pelo seu grito agudo).

Mesmo focando nas relações familiares, o filme desperta questões pertinentes a respeito do regime nazista. Nesse sentido, a cena do discurso é exemplar e muito bem dirigida: neste momento do filme, temos um discurso de um nazista durante uma grande manifestação de apoio ao nazismo. O orador faz duras críticas ao Pacto de Versalhes, que teria separado a Polônia de sua “Pátria-mãe alemã”. Entretanto, com a chegada de um camarada influente do partido de forma pomposa e cerimonialísitca (sob música imponente, recebendo flores de crianças, com toda a platéia em posição militar), Oskar, a partir do toque de seu tambor, altera o ritmo da banda. Inicia-se, assim, uma valsa, com todos saindo de suas posições e começando a dançar, o que só termina quando cai a chuva.


Questões como a eugenia, a propaganda, o apoio popular também permeiam o filme. Diversos personagens são icônicos: Bebra, o líder da trupe de anões com quem Oskar se identifica; Maria, a agregada de Alfred, com quem Oskar tem sua descoberta sexual; e Sigmund Markus (interpretado pelo cantor francês Charles Aznavour), representando os judeus.

"O Tambor" é um belo filme, pertinente, um dos melhores representantes do Novo Cinema alemão. Apesar de um excesso de personagens, alguns muito mal desenvolvidos (como a avó de Oskar, com quem curiosamente o filme inicia e termina), o diretor Volker Schlöndorff adota uma estrutura interessante, com uma certa dose de fantasia e o uso da narração de Oskar em determinados momentos decisivos, que nos permitem vislumbrar um pouco do pensamento do personagem. , “O Tambor” levanta uma série de questões interessantes e pertinentes em relação à temática do nazismo, e nos leva a pensar e refletir sobre diversos aspectos da questão, com uma montagem eficiente, sem perder o ritmo, mesmo com seus 136 minutos de duração.

Nota: 4 estrelas em 5

Por Douglas Braga

Satantango

Satantango
Sátántangó, 1994
Dirigido por Béla Tarr
Estória de Mihály Vig & Péter Dobai & Barna Mihók
Roteiro de László Krasznahorkai & Béla Tarr (Baseado no livro de László Krasznahorkai)
Com Mihály Vig, Putyi Horváth, László feLugossy, Miklós Székely B., Éva Almássy Albert

Depois de uma madrugada inteira, num filme lento, lento, lento, mas tão lento, que você pode analisar desta maneira: pegue um filme de Terrence Malick e O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford num liquidificador. O resultado será que até a pá do liquidificador vai se sentir melancólica.

Só que esses dois filmes têm cor. Satantango não têm.

Agora, se já não bastasse a melancolia e o rítimo lento, alie à isso uma duração de 450 minutos (ou se você preferir, sete horas e trinta minutos). O filme se transforma numa experiência mágica, intimista, avassaladora. Claro que para isso você tem que passar por uma prova de fogo dura. Assista o filme com a mente bem expandida.


Satantango
(trad.: "O Tango de Satã") conta a história de uma vila devastada, chuvosa, melancólica, que se transforma ainda mais triste com o preto e branco de Béla Tarr. O cenário é tão desolador que faz parecer que o filme se passa alguns dias depois do apocalípse. Enfim. Com o fim do comunismo o país está de pernas para o ar e os habitantes querem partir com a pouca quantia de dinheiro que sobrou de um esquema que fizeram com Irimiás (Mihaly Vig), um carismático e duro chefe da quinta comunitária onde as personagens vivem. O problema é que quando as personagens vão abandonar a quinta comunitária onde vivem, entretanto o retorno do tal Irimiás, que todos julgavam morto, volta para a quinta, e isso pode provocar consequências semi-catastróficas.

O filme se constrói de uma maneira interessantíssima. Ele é dividido em doze partes:

  1. As Notícias Estão Chegando
  2. Ressurreição
  3. Para Compreender Algo
  4. O Trabalho da Aranha - Parte I
  5. Eles Estão Vindo
  6. O Trabalho da Aranha - Parte II (O Discípulo do Diabo, O Tango de Satã)
  7. A Fala de Irimiás
  8. A Perspectiva da Frente
  9. Indo para o Paraíso? Tendo Pesadelos?
  10. A Perspectiva de Trás
  11. Apenas Problemas e Trabalho
  12. O Ciclo se Fecha
Nas primeiras partes (da primeira a terceira) temos as apresentações das histórias da família da quinta, inclusive do próprio Irimiás (numa fantástica cena dentro de um bar). Nas outras temos uma brilhante demonstração de destreza técnica, podendo lembrar até mesmo filmes como Magnólia (Paul Thomas Anderson - 1999) ou Short-Cuts - Cenas da Vida (Robert Altman - 1990). Todas as histórias vão convergindo para o centro. Um centro de encontros e tragédias. Testemunhamos uma condição extremamente miserável, mas que não é irreal. As personagens são bêbadas, mas bebem por que querem fugir da sua realidade. Elas brigam por um simples pedaço de pão, testemunham tragédias e ficam caladas. Falam por que não tem nada mais para fazer. Justifica o preto e branco.


Béla Tarr sempre dá em seus filmes uma atmosfera onírica, triste e introspectiva. Apesar de Satantango poder ser considerado uma comédia de humor negro, isso está escondido. É uma anti-comédia. Seu estilo minimalista e contemplativo (por isso eu achei semelhante ao Terrence Malick) é a cereja do bolo no filme. Aliás, é o preto e branco que mais causa desespero dentro da produção. Quando eu assisti e as personagens citavam cores -- "Eu vi uma tigela azul cair" -- eu sentia um desespero enorme, pois precisava ver cor. Essa é a magia de Tarr.

As interpretações são todas muito boas. Dentre elas se destaca mais a de Mihály Vig, como o falso profeta, o falso salvador da quinta, Irimiás. A figura mais emblemática do filme. Talvez mais emblemática que esta figura só mesmo a simpática e inocente Erika Bók.

Depois das sete horas de filme, depois de sete horas arrasadoras e introspectivas, você sai de alma lavado (e possivelmente vendo em preto e branco). Uma experiência única na vida de um cinéfilo. Se você aguentar os oito primeiros minutos (basicamente bois andando pela cidade), você aguenta o resto do filme.

Por que o tango de Satã é lento e elegante.

Nota: 5 estrelas em 5

Por Victor Bruno

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Cadeira 5 - Orson Welles

Sabem, Guerra dos Mundos... é um filme do Spielberg. O que explica muita coisa. O livro de H.G. Wells é fantástico. Uma excelente ficção científica. Não é meu livro preferido. Aliás, nem é meu gênero preferido. Conta-se nos dedos da mão esquerda quantas FC eu já assisti em toda minha vida. Mas talvez seja uma transmissão de rádio a melhor adaptação da história do mundo.

Mas para isso, começaremos com um conto de fadas...

...Era uma vez o ano de 1938. O programa de Orson Welles e sua trupe de atores de teatro estavam começando mais uma transmissão do Mercury Theatre on the Air, um programa no estilo de uma rádio novela em que se adaptavam grandes clássicos da literatura. Na noite de 30 de Outubro daquele ano começava a adaptação de Guerra dos Mundos.


Em pouco mais de trinta minutos a Companhia Telefônica registrou vários congestionamentos nas linhas telefônicas. "Os aliens estão aqui!", gritava desesperadamente Welles enquanto narrava a história de H.G. Wells. O problema é que Welles não sabia o que se passava fora do 20º andar do 485 Madison Avenue, em Nova York. Ele não sabia até que John Houseman, o produtor do programa, entrou desesperado no aquário da narração gritando "Parem a transmissão! Estão todos loucos lá fora!" Welles riu e disse "Então está dando certo."

O dia seguinte foi tenso. O programa se tornou tão popular que foi a manchete da primeira página do The New York Times (reveja a segunda foto que ilustra este post).

Talvez este seja o objetivo, o sentido da vida de Orson Welles. Surpeender e destruir. William Randolph Hearst pode nos confirmar isso, não é, Sr. Hearst?

E é por isso que Orson Welles ocupa a quinta cadeira especial do nosso clube.

Por Victor Bruno

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