Por algum motivo que, pessoalmente, não consigo explicar, listas exercem um fascínio no mundo do cinema. Cria-se listas sobre tudo: melhores filmes, melhores falas, melhores roteiros, melhores fotógrafos, melhores atores e atrizes, melhores cenas, melhores beijos, melhores uma-paulada-de-coisas. Deve ser do universo cinematográfico. Desde que o Cinema é cinema, tem-se este hábito.
Isto não é de todo ruim. Dá um senso de organização. Existem pessoas que repudiam. Eu? Não. Não gosto, não gosto de fazer, mas não recrimino. Além deste senso de organização, listas possuem outra função: competência. Listas dão um ar de competência. De rivalidade. Imagine você se só existisse uma rede de supermercado (imagine se fosse – Deus nos livre – o Pão de Açúcar). Como seria isto? Sem a concorrência, o supermercado pararia de prestar atenção na qualidade do serviço, ou no cliente (isso se algum dia eles prestaram atenção no cliente). Afinal, seria apenas um supermercado – querendo ou não, você tem que ir lá.
O mesmo funciona com listas. O problema é: nunca elas soam agradáveis. É aquela velha história – não dá para agradar a todos. O que realmente é uma pena. Só que surge um problema maior. Bem maior. A falta de coerência. Quando olho para uma lista como esta, divulgada no meio desta semana pela Entertainment Weekly, sinto vontade de chorar.
Estão listados abaixo os 25 melhores diretores em atividade, segundo a EW.
- David Fincher
- Christopher Nolan
- Steven Spielberg
- Martin Scorsese
- Darren Aronofsky
- Joel and Ethan Coen
- Quentin Tarantino
- Terrence Malick
- Clint Eastwood
- Pedro Almodovar
- Paul Thomas Anderson
- Guillermo Del Toro
- Roman Polanski
- Danny Boyle
- Kathryn Bigelow
- David O. Russell
- David Lynch
- James Cameron
- Peter Jackson
- Edgar Wright
- Spike Lee
- J.J. Abrams
- Brad Bird
- Mike Leigh
- Wes Anderson
A única pergunta que faço é a seguinte: o que esses caras fumam? A real impressão é que eles pegaram uns indicados do Oscar aqui, uns pop ali (Edgar Wright, sério?) e socaram tudo numa lista aleatoriamente.
E modéstia à parte, eu acho que estou certo. Por que esta lista chega a ser constrangedora.
Por Victor Bruno
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