quarta-feira, 5 de maio de 2010

O efeito-Avatar


Ao contrário do que se imagina, o 3D não nasceu com o meteórico pseudo-genial Avatar, de James Cameron (Titanic, O Exterminador do Futuro). Este tipo de tecnologia vinha sendo desenvolvido desde os anos 80. Um exemplo bem claro disso é o terceiro filme da série Terror em Amityville: Amityville 3D, de 1983. Claro que os resultados não foram tão satisfatórios quanto os maravilhosos efeitos especiais do filme de Cameron, mas foram uma reinvenção. Curiosamente ninguém ligou para o filme de 83 (sem contar que a história é horrorosa).

Mas agora com a senssação de Avatar, os produtores de Hollywood resolveram passar todos os filmes que estavam sendo programados para 3D. Isso faz parecer que Hollywood sabe que sua indústria está decadente e que o único meio de salva-la é trazendo esta nova tecnologia para as suas platéias. Aliás, o 3D está tão em alta que a final do Torneio de Madrid de tênis será transmitida em 3D.

Este escritor crê que o cinema-arte está perdido para sempre. Hollywood acostumou as pessoas a histórias simplistas e vazias. Para se recuperar os diretores devem tapar os enormes furos de seus filmes com "efeitos bacanas" como o 3D. Lógico que não são todos os diretores que "tapam buracos" com essa tecnologia (eu poderia falar de Tim Burton e seu Alice no País das Maravilhas, mas ainda não conferi esse filme), usando como um mero artifício. Até mesmo Martin Scorsese planeja filmar The Invention of Hugo Cabret em três dimensões.


Um filme que se encaixaria bem seria O Mundo Imaginario do Dr. Parnassus, de Terry Gilliam, mas o filme não foi rodado em 3D, talvez pela sua produção quase apocalíptica, marcada pela morte de um ator (Health Ledger) e estouros de orçamento. Não foi necessario, O Mundo Imaginário é um filme kaufmaniano, belo, espetacular que prova que o cinema não necessita de 3D, mas sim de uma bela história.


Creio que não há mais esperanças para o cinema de Hollywood. O cinema independente está se tornando o novo cinema-arte. Talvez sempre tenha sido. Hollywood acabou se tornando um parque de diversões bobo e sem graça. Existem algumas raras excessões, principalmente com os grandes nomes: Woody Allen, Paul Thomas Anderson...

O efeito-Avatar, que significa a mutação para o 3D de Hollywood é o ponto máximo da falsa-decadência de Hollywood. Claro que estes filmes são uma boa válvula de escape para a nossa vida... onde podemos relaxar. Mas nem tudo é bom entretenimento, principalmente na terra de Madeira de Azevinho.

Por Victor Bruno

8 comentários:

Realmente lastimável, só tenho uma coisa a dizer:
EU TEMO MUITO PELO NOSSO FUTURO.
A arte está acabando, o Grande Irmão está chegando, o cinema está se tornando apenas entretenimento, não arte, nós pagamos pelo ingresso do cinema da mesma forma que pagamos para entrar em um parque de diversões.
Estamos vivendo o que Huxley previu, Avatar é o nosso ''soma''.
Desculpe e exagerei, eu me empolguei um pouco, rsrsrsrs.

Hahaha!

Mas você está certo. Eu me inspirei na série 'O Efeito Nostradamus' para o texto.

não gostei do imaginário não...

o cinema arte nunca esteve em foco, e nunca vai estar...

Na boa...
É o cinema de entretenimento que subsidia os caras que se acham "menos comerciais". O chamado "filme de arte" depende do "filme pipoca". Se todo realizador começasse a dar uma de "autoral" as salas de cinema iam fechar e os estúdios falir.
O cinema nacional é um belo exemplo disso.
Tanta grana se deu na mão de cineastas punheteiros criadores de merdas que nunca se pagaram nem nunca se pagarão, que a produção nacional quase foi enterrada.
O discurso de vocês me lembra muito os saudosistas que, nos anos oitenta, crucificavam Hollywood por haver muito efeito e pouca história: tinham saudades dos filmes de 1940 para trás. Hoje muitos filmes oitentistas dos gêneros aventura e ficção científica são considerados "clássicos".
E atualmente boa parte dos produtores está caprichando bem mais nas continuações do que faziam naquela época, pois já perceberam que o público não é bobo.
Sou otimista. Uma hora as pessoas vão se cansar de filmes que enchem os olhos e não o coração. Prova disso é um Peter Jackson da vida, que consegue fazer filmes de ação com uma certa densidade.

Eu estava fazendo essa reflexão outro dia.

Apenas uma frase: 'O Poderoso Chefão' não nasceu clássico.

Mas é inegavel que o cinema de hoje não se compara ao dos anos 70.

"pois já perceberam que o público não é bobo."

não é bobo?!
kkkkkkkkkkkkkkkk

essa foi boa!!

o público não é bobo... kkkkkkk essa foi a coisa mais engraçada que eu ouvi nos últimos tempos!

FFFFFFFFFFUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU.... eu tinha escrito um monte de coisa aqui e fechei a página... agora to com preguiça de escrever de novo as....

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