sexta-feira, 2 de julho de 2010

"House, MD" - Broken Fall

"House, MD" - Broken Fall
"Dr. House" - Broken Fall, 2009
Dirigido por Katie Jacobs
Criado por David Shore
Escrito por Russel Friend & Garrett Lerner & David Foster & David Shore
Com Hugh Laurie, Franka Potente, Lin-Manuel Miranda, Andrew Leeds, Andre Maugher, Ana Lenchantin, Robert Sean Leonard

Eu estava preparando dois posts antes deste, um sobre Michael Cimino, o outro também seria sobre uma série de TV a cabo: CSI e o episódio dirigido por Quentin Tarantino: Perigo à Sete Palmos. Mas nada foi tão avassalador comigo quanto este episódio da série House, MD. Episódio não, telefilme. Custou-me duas horas.

Eu eu tenho um certo orgulho em dizer algumas coisas, algumas delas: sou repleto de manias, tenho obsessões e sou extremamente... "House". Não são raras as vezes que não tenho a menor decência em esconder minhas opiniões e fazer delas piadas. Todavia... eu pago um preço parecido com o preço que Gregory House paga na série (viram?, a vida imita a arte). Isso é tão forte que eu não consegui me conter e passei a colocar essas observações e piadas nos meus textos aqui (dêem uma olhada nos meus comentários na lista dos piores filmes brasileiros).


Talvez por isso eu tenha me identificado tanto com o sofrimento de House no episódio em questão, Broken Fall. Claro, eu poderia ter feito o comentário de Perigo à Sete Palmos, da série CSI. Eu não vou nem discutir qual das duas séries é mais profunda: House, que estuda o ser humano em frente à doença, o sofrimento e um pé-no-saco misantropo, ou a série policial que é puro entretenimento (apesar de também tentar demonstrar o lado escuro do homem em seus crimes). Mas a diferença básica é que House é interessante e CSI deixou de ser algumas temporadas atrás.

O telefilme é um especial de abertura para a 6ª temporada de House. Após brigar com os médicos, Gregory House (Laurie) tem sua licensa de medicina caçada e é mandado para um hospital psiquiátrico. Como qualquer um que viu pelo menos um episódio da série, sabemos que seu espírito de convivência em um hospital "cheio de queridos doentes" não é muito expansivo, imagine então dentro de um hospital psiquiátrico, hã? Onde o convívio com os outros é obrigatório. Depois de vários planos para escapulir de lá, House é vencido é vencido pelos médicos e tem que se conformar em viver à norma deles. Por imersão, House acaba se envolvendo com a alemã Lydia (Potente), que visitava uma antiga amiga, a Muda (sim, muda, ela não fala) (Lenchantin). Assim, House tem que consiliar as suas emoções (sim ele tem!) e admitir que precisa de ajuda.


O roteiro assinado a oito mãos, é forte e potente. É visível que no início assistimos a uma comédia dramática e, a medida que o episódio avança nas suas duas horas ele se torna mais profundo, introspectivo e dramático. Quem estava tão absorvido como eu (que em diversos pontos senti vontade de chorar), vai achar o episódio genial. Quem não assistiu e está lendo isso vai me chamar de tendencioso, mas a minha função aqui é mostrar minha opinião. Se não gostou, azar o seu (nem todas minhas tentativas de humor funcionam).

(Eu vou pular a parte da direção de Katie Jacobs. É uma série, ué, tem que ser discreto.)

Uma das coisas que eu mais acho bacana nas séries é que o ator tem que ser perfeito em todas as suas aparições. Manter a regularidade. Hugh Laurie faz um House perfeito. Franka Potente (Corra, Lola, Corra, A Identidade Bourne) faz sua aparição na série em grande forma num papel muito difícil. Os atores que fazem os pacientes e médicos não estragam o episódio. Destaque para Andre Maugher, fazendo um ótimo Dr. Nolan.

Por ser uma série a edição deve ser rápida e contar tudo com o mínimo de imagens possíveis. E não falha. Mas em alguns momentos em que deveríamos ver um pouco mais nós somos privados disso. (Azar nosso, agora.)

É importante saber que House não é uma série médica. É uma série humana com fundo médico. É como Solaris (Solyaris - 1972), de Tarkovski. Poderia se despir daquela bagagem de ficção científica e poderíamos ficar só com o grosso. Aqui poderíamos ficar só com o humano. E isso é o mais interessante. Seus temas (e grosseirias).

Agora acabou. Rápido como um filme de TV.

Nota: 4 estrelas em 5.

Por Victor Bruno

4 comentários:

poha... tem tanta gente gostando de house sem entender, que eu hoje já odeio a série....

veja victor.. você mesmo falou que é parecido com house.. agora pense, todos adoram house. ele é arrogante, machista, intolerante, grosseiro,etc.

principalmente as mulheres, elas adoram house.

mas ninguém entende que personalidade é essa dele. ninguém consegue realmente entender house. as pessoas vão na massa, na onda.

um dia desses tinha uma guria lá na sala, enchendo a boca falando em "filmes hollywwodianos" - "ah porque filmes hollywwodianos são isso, filmes hollywoodianos são aquilo" e depois confessou que é fã da saga crepúsculo. já leu o livro e tudo.

EU DETESTO HOUSE!

É realmente uma pena, então.

Veja. Se eu tivesse uma série baseada em mim, todo mundo iria ser fã. Mas na vida real eu mal tenho um Dr. Wilson.

é disso que estou falando.. as pessoas gostam de house, ou do que house representa?

Boa pergunta. É de se pensar... não tenho uma resposta.

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