terça-feira, 6 de julho de 2010

Eclipse... cinematográfico

Alguém tem algo à comentar? Não? Não? Pois é...

Eu sou um bom observador. Apesar de não prestar muito bem atenção nas coisas (chegando ao ponto de procurar algo que estou segurando -- olha!, achei meus dedos!), eu sei fazer muito bem a distinção de diversos aspectos, reações e olhares do ser humano.

Por que esta introdução? Bom, isso é bem interessante. O texto que você está lendo é o resultado de algumas observações feitas por este que vos fala. Sinceramente eu não consigo entender por que diabos as adolescentes de hoje choram, se esperneiam, cortam os pulsos e se mata em nome de algo que elas nem conhecem? Não, eu não estou falando de adolescente-bombas que trabalham para o Hizbollah, eu estou falando de milhares de adolescentes que choram ao ponto dos dutos lacrimais saírem olho afora por Robert Pattinson e Taylor Lautner, os astros da "saga" Crepúsculo.


Alguns dias atrás, mais precisamente dia 30 de junho, estreou Eclipse, a terceira parte da franquia Crepúsculo. Desta vez quem se sentou na cadeira de diretor foi David Slade. Todo mundo se lembra que ele é o diretor do poderoso MeninaMá.Com (Hard Candy - 2005), um grande filme independente. Mais importante ainda, ele disse que não gostava da série dos vampiros-sem-capa. Então, por que ele dirigiu o filme? E por que ele chamou Howard Shore, o grande compositor de Dúvida (2008) e Os Infiltrados (2006) para compor a trilha sonora de um filme como esse? E por que ainda fazem esse tipo de filme?! Meu Deus, quantas perguntas sem respostas!

Calma. Com certeza alguém como Slade tem uma carta na manga. Com certeza ele deve estar preparando algum filme impactante e monumental. Enfim. Acho que esse é o único motivo das produtoras ainda fazerem esse tipo de filme. Dinheiro. É tudo dinheiro (como diria Ace Rothstein de Cassino (Martin Scorsese - 1995)). Convenhamos, a causa disso não é o dinheiro. O dinheiro deve provir de algo maior -- o público. Público esse formado por milhões... um exército monumental... de adolescentes paranóicas com nossos amigos vampiros bonitões e lobisomens sem camisa. Não vou jogar toda a culpa em cima das adolescentes, tadinhas, elas não têm culpa de nunca terem pego num livro de verdade. E também não vou dar uma de Kafka (será que elas sabem quem é Franz Kafka?) e jogar tudo na educação "jogada" em cima delas). Se eu for botar a culpa em alguém será em J.K. Rowling.

Eu me lembro como se fosse ontem. Entra em cartaz Harry Potter e a Pedra Filosofal -- não, não, vamos voltar um pouco no tempo. Retrocedam a fita.

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Sim, agora está bom. Eu não me lembro quando foi que aconteceu, mas foi um "boom" imediato. Harry Potter estava em todos os lugares. Você olhava para a esquerda, Harry Potter. Para a direita, Harry Potter. Se não visse por onde andava, bateria num menino vestido de bruxo. Você, se não for deste planeta, estaria se perguntado "What the fuck is this?". Era a febre Harry Potter. Esse foi o marco da decadência intelectual dos adolescentes. Foi neste momento, aliado a febre dos animes japoneses (aqueles desenhor recheados de violência que não fazem sentido algum, mas que são a sensação dos adolescentes) marcou o início de tudo o que o cinema comercial é hoje: história sem roteiro e cheio de efeitos especiais.


E o tempo passou... as febres foram indo e vindo. E chegamos ao presente com Crepúsculo e as adolescentes semi-Hizbollah. Não estou falando de todas, obviamentes. Existem exceções. E existem aquelas que acham que podem conciliar inteligência e The Twilight Saga (saga é algo mais épico. Deveria ser "The Twilight Franchise", ou, para ser honesto, "The Twilight Bullshit"). Pode até existir, mas não tenho certeza se encontrei. A diferença entre Potter e Swan é que Potter evoluiu um pouco, se tornou mais adulto. Swan continua falando baixo e rouco (quem viu a aparição de Kirsten Stewart no Oscar sabe do que eu estou falando).

Agora, acham que eu estou inventando? Basta olhar a conta bancária das produtoras, ou mesmo das autoras. J.K. Rowling tem mais de 200 milhões de euros em caixa.

Mas... eu tenho fé que isso não será eterno. Filmes como esse formam uma onda e passam. Os verdadeiros filmes ficam para eternidade.

(Sem contar que filmes como esses deveriam nem ter diálogo. Como Filipe Tostes do Cineplayers diz: Quanto menos diálogos este filme tiver, melhor fica. Quem pode dizer o contrário?)

(Elas podem. Salve o Hizbollah.)

Por Victor Bruno

4 comentários:

Desculpem a profanação do blog.

kkkkkkkkkkk

Valeu bruno. É importante sim cara, discutir essas febres da cultura pop, precisamos parar e pensar "Peraê, será que não tem alguma coisa de errado nisso?"

A diferença entre harry potter e crepúsculo, twilight, sei lá oq mais:

Um é americano, outro é britânico. E a merda americana sempre fede mais que a européia

kkkkk

Disse tudo, perfeitas palavras.

kkkkkkk realmente fede mais.

Hauhauhauhau.... gostei muito do post.....

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