terça-feira, 15 de junho de 2010

O elogio a 'Natural Born Killers' - Um post experimental

Revistando minha crítica de W. (que mais se parece com uma revisão da carreira do Stone) eu resolvi escrever este texto dissertando sobre a inclusão de diferentes modelos de filmagem numa película fílmica (que para descomplicar nós chamaremos de filme).


Na verdade eu estava planejando escrever uma crítica neste final de semana de Assassinos por Natureza (Oliver Stone - 1994). Não conheço mais nenhum filme que insira tanta variedade de modelos de captura de imagens. Super 8, 70mm, câmeras de TV e câmeras de segurança, animação. Pegue tudo isso, bata num liquidificador da marca Oliver Stone e veja a dor de cabeça que você vai ter.

Isso me faz pensar... é realmente necessário? Por que... quando não é utilizado de maneira correta, a mistura de estilos de filmagens pode ser gratuita e desnecessária. Tomemos por exemplo o clássico Solaris (Andrei Tarkovski - 1972). A cena do carro do carro do psiquiatra andando pela Berlim oriental russa (vulgarmente conhecida como Moscou), dura vários minutos e Tarkovski insiste em misturar colorido com preto e branco, de forma incomodativa e gratuita (vai ver este é o único erro em todo Solaris.

Mas este é o X da questão. Quando a mistura de captura de imagens é gratuita? Bom, vejamos o exemplo de Corpo Fechado (M. Night Shyamalan, 2002). Digam o que quiserem, mas Shyamalan é um excelente diretor (eu falei "diretor", não "roteirista"). No filme em questão, Shyamalan, nas cenas de flashback utiliza-se das técnicas de descoloração e, na revelação final, filma utilizando câmeras de segurança. Gratuitamente isso seria motivo de incômodo para a audiência, mas o cineasta indiano utilizou a técnica certa na hora exata. Um bom diretor sabe utilizar este tipo de coisa sem incomodar o público.


Aonde quero chegar com isso? Simples. Ressuscitarei o tema Oliver Stone com vocês, garotos e garotas. Quando vocês notam que um diretor quer chamar a atenção para si? Muito simples de ser respondido. É quando ele começa a se utilizar de técnicas sem propósito nenhum na hora errada. Qual a necessidade de colocar uma animação numa simples cena de casamento? Exatamente, nenhuma. Assim é com Assassinos por Natureza. Vocês podem encarar este texto como um exercício de futilidade completamente desnecessário. Alguns vão dizer "Incendiário! Não conseguiu captar a obra de Stone!". Outros, como este que vos fala, vão achar que eu me perdi no meio do texto. De fato eu não sei para onde vou. Eu escrevo ou não uma crítica ao filme ou um texto sobre técnicas improváveis de filmagens. Eu não sei. Assim como Oliver Stone não sabe se faz um filmeco de violência degenerada baseado num roteiro de Quentin Tarantino ou se faz uma crítica à violência tão em voga no cinema atual. Por que vocês não perguntam para o menino que matou uma criança degolando sua cabeça após ter assistido o filme. Provavelmente a resposta dele vai ser "Eu quis fazer como Mickey e Mallory Knox."

Tomemos por exemplo, também, Clube da Luta (1999) de David Ficher. Um filme que soube, do início ao fim, se criticava a violência, a vida, ou se vangloriava a violência, volta e meia utilizando técnicas de filmagem improváveis (e até mesmo semi mensagens subliminares (obrigado à Disney pelas pérolas do subconsciente que eles colocam nos filmes. Vejam o caso de Bernardo e Bianca (1977)).
Quero te ter, quero te ter muito... ahhhh! Vai!
Mas, no fim, qual o sentido disso tudo? Experimento ou foi só para "se aparecer"? Eu mesmo não sei, mas obrigado Oliver Stone pelas suas edições doidas. Foram de suma importância para este post.

Por Victor Bruno

P.S: Não adianta procurar mensagens subliminares neste post. Se encontrarem, quero que saibam que foi por causa do pano de fundo original, tratando-se de um texto objetável.

1 comentários:

Tenso esse post.... rsrsrsrs..... madou bem....

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