É provável. É provável que eu esteja certo. Bem, eu estive acompanhando – assim como a massacrante maioria de vocês, leitores, a saga “winning” de Charlie Sheen. Claro. Apesar de não gostar de ouvir/ler fofocas sobre a vidra privada dos famosos, a vida privada de Sheen tem muito pouco de privada. E é bem sórdida, e todos nós gostamos de escutar sobre a sordidez dos outros. Além do mais, eu acho que você concorda comigo, a vida privada do filho de Martin Sheen tem muito pouco de privado.
E de toda forma, é impossível escapar das notícias sobre Sheen. “Sheen isso, Sheen aquilo.” O ex-astro de Two and a Half Men faz questão de aparecer o máximo. E o que nós podemos fazer sobre isso? Nada. Nada além de assistir o circo pegar fogo. E amamos assistir circos pegarem fogo. Sheen sabe disso. É uma espécie de complexo narcisista. Sheen – e suas “deusas” –, na anti-privacidade do seu lar, deve praticamente – nestes últimos dias de ira – vivendo uma rotina onanista. Uma obsessão por aparecer na TV. Agora ele pede 100 milhões de dólares por sua demissão da mais popular série norte-americana. Mas ele fez isso, claro simplesmente para chamar atenção. Não importa se seus advogados disseram se é para “fazer o Sr. [Chuck] Lorre pagar por seus interesses egoístas”. Sheen é o último homem no mundo para criticar alguém por seus atos.
O pior é que as pessoas parecem estar colaborando para a saga “winning” continuar com fôlego total. Na madrugada da última sexta, a polícia invadiu a casa de Sheen na busca de armas de fogo, já que Sheen está proibido de possuir este tipo de objeto em virtude de uma ordem judicial pedida por sua ex-mulher, Brooke Mueller. Pareceu bobo. Pareceu que o que aconteceu na delegacia foi:
- Pessoal, esse Charlie Sheen... ele é meio doido.
- Sim. Pode crer.
- Puxa a ficha dele, Jerry.
- Aqui diz que ele tem uma ordem judicial que o proíbe de ter armas de fogo.
- Sério? Vamos bater na casa dele.
E o que encontraram? Um rifle de 1800. No Twitter, mais de 2 milhões de seguidores. Santo Deus, e Brooke Mueller apareceu dizendo que exige que Sheen faça um teste psicológico para poder ter o direito de ver seus filhos novamente.
Agora Sheen aparece fazendo piada de si mesmo num vídeo circulando na Internet. Aplicativos já foram desenvolvidos para bloquear textos com conteúdos sheenescos. Hitchcockiano, felliniano, sádico (de De Sade). Agora é sheenesco. Então tudo que for escrito sobre bebidas e prostitutas será sheenesco? Legal. Isso me faz repensar, talvez Sheen esteja vencendo (winning, não esqueça-se), seu nome virou sinônimo de cafajestice. Eu preferia que fosse algo como gibsoniesco, em referência a Mel Gibson. Mel acabou de ser condenado a três anos de condicional, por violência doméstica. Mas deveriam ter lhe prendido por preconceito e charlatanismo, nos tempos que fez a tragédia chamada A Paixão de Cristo (The Passion of Christ, 2004). Filme mais vergonhoso impossível.
Eu fico com Alec Baldwin. “Tire um cochilo e peça desculpa. Você não pode vencer. Sinto muito, mais não podem.” Sábias palavras, Baldwin.
Mas não. Sheen, de cabelos bagunçados e com orelhas abismais prefere vender ingressos para seu show onde promete falar a verdade. Mas o que é a verdade? A verdade é que Sheen...
Sheen gosta de ver o circo pegar fogo. Mas e se –
Por Victor Bruno
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