domingo, 26 de dezembro de 2010

Amor, Sublime Amor



West Side Story, 1961/ Dirigido por Robert Wise e Jerome Robbins
Com Natalie Wood, Richard Beymer, Rita Moreno, Russ Tambylin e George Chakiris


(3/5)

O gênero musical marcou forte presença entre as décadas de 1930 e inícios da década de 1970 em Hollywood, chegando até mesmo a dominar o mercado cinematográfico. Neste príodo, foram produzidas algumas das maiores obras-primas da história do cinema, como "Cantando na Chuva" e "A Noviça Rebelde", ao memso tempo em que também foram lançadas produções fúteis e, por vezes, medíocres (o caso mais emblemático talvez seja "Gigi", de Vincent Minneli"). No meio-termo entre estes grupos, podemos situar "Amor, Sublime Amor", uma adaptação do musical homônimo da Broadway e vencedor de 10 Oscars, cujo conteúdo enveleheceu mal e perdeu muita da força que possa ter tido na época de seu lançamento.

A trama é bem conhecida, e se trata de uma adaptação da obra "Romeu e Julieta", de William Shakspeare, no contexto da guerra entre gangues, na Nova York da década de 1950. Os Jets são americanos e liderados por Riff, ao passo que os Sharks são imigrantes porto-riquenhos, liderados por Bernardo. Ao passo que a rivalidade entre as duas gangues aumenta, Tony (ex-fundador dos Jets) e Maria, irmã de Bernardo,se apaixonam á primeira vista, iniciando um romance secreto e deveras perigoso.



De forma geral, o roteiro é bem amarrado, embora certas situações pareçam extremamente forçadas, como o repentino amor de Tony e Maria ea reação desta depois que um determinado personagem morre. Já a direção fcou dividida entre Robert Wise (que depois viria a dirigir a obra-prima "A Noviça Rebelde, que ficou responsável pelas cenas não-musicais e, de forma gera, fez trabalho apenas correto, sem maiores destaques; por outro lado, Jerome Robbins se encarregou das seqüências musicais, e fez um trabalho extremamente meticuloso em determinados momentos, mesmo que a montagem arrastada prejudique muito o filme.

A montagem é apenas o primeiro dos problemas. Muitos anos depois, Robert Wise admitiu que foi um erro escalar Richard Beymer como o protagonista Tony, e sem dúvidas ele estava certo. É impressionante como o ator não tem qualquer carisma, tem um desempenho pífio nos diálogos, e ainda por cima interpretou o personagem com um certo jeito afeminado incompreensível para aquele que seria o grande herói do filme. Sua atuação é tão ruim que todas os seus diálogos com Natalie Wood soam artificiais, com a atriz tenho que se desdobrar para conferir algum tom de credibilidade às cenas. Os destaques acabram ficando com os coadjuvantes, principalmente Rita Moreno (divina) e George Chakiris, que protaganizam as melhores cenas do musical.



Mas o ponto mais irregular de "Amor, Sublime Amor" reside em sua trilha sonora composta por Stephen Sondheim e Leonard Bernstein. Algumas músicas são brilhantes, tanto na letra quanto na melodia, como "America", "Gee,Officer Krupke" e "Tonight" (as duas, particulamente, são interpretas com cenas de dança brilhantes, dirigidas por Jerome Robbins). Porém, por mais que determindas músicas tentem passar sentimentos de amor, dor ou ódio, parece que hoje em dia perderam sua força, e são absolutamente tediosas, como a terrível "One Hand, One Heart", e a datada "Cool". Para um filme musical, tal irregularidade em sua trilha acaba contribuindo para toirnar o ritmo do filme irregular, alternado altos e baixosa durante suas (longas) duas horas e meia de duração.

Atualmente, "Amor, Sublime Amor" pode ser recomendável apenas àqueles que gostam de musicais, ou têm interesse em conferir um dos maiores vencedores do Oscar de todos os tempos. Sem dúvidas, é um filme que tem sua importância dentro da história do cinema, mas demasiadamente irregular e que, para a sociedade atual, soa demasiado datado para despertar maior interesse.

Por Douglas Braga

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