Monty Python e o Cálice Sagrado
Monty Python and the Holy Grail
Dirigido por 40 Lhamas Montanhescas Equatorianas Especialmente Treinadas, 6 Lhamas Vermelhas Venezuelanas, 142 Lhamas Mexicanas, 14 Guanacos do Norte do Chile (um parente próximo da lhama), a Lhama Vermelha de Brixton, 76000 Lhamas de Granja do "Lar da Lhama Feliz" Fazendas, Inc.; Próximo do Paraguai e Terry Gilliam & Terry Jones
Escrito por Graham Chapman & John Cleese & Eric Idle & Terry Gilliam & Terry Jones & Michael Palin
Com Graham Chapman, John Cleese, Eric Idle, Terry Gilliam, Terry Jones, Michael Palin
É simples, o filme é genial. Supera todos os seus problemas, desde orçamento até locações. Que seria problema para muitos diretores, torna-se fonte de humor para o lendário grupo de atores do Monty Python.
Os Python, formados por Graham Chapman, John Cleese, Eric Idle, Terry Gilliam, Terry Jones e Michael Palin, eram um grupo de comediantes que tinham um programa de TV chamado Monty Python Flying Circus . O programa durou 4 temporadas (muito, considerando que na Inglaterra cada temporada tem cerca de 13 episódios e pode durar no mínimo dois anos) e fez um ressonante sucesso.
No intervalo da 3ª para a 4ª temporada os Python resolveram fazer um filme, mesmo com o baixíssimo orçamento disponível (£64.000,00) eles escreveram e filmaram a obra: Monty Python e o Cálice Sagrado.
O filme conta a história do Rei Artur e seus Cavaleiros: Sir Galahad, Sir Lancelot, Sir Robin Não Tão Bravo Quanto Sir Lancelot e o Sir Que Não Aparece Neste Filme. Eles recebem uma missão dada por Deus em pessoa: resgatar o Santo Graal, que está em algum lugar na Inglaterra.
Só pelos nomes das personagens o filme seria engraçado, mas a graça do filme começa justamente com o início da obra. Legendas em pseudo-suíço aparecem com coisas inusitadas (típico humor da trupe) e constantemente somos avisados que os responsáveis pelas legendas foram demitidos. Daí para frente o filme deslancha maravilhosamente: encontramos fazendeiros à favor da democracia, e os famosos Cavaleiros que Dizem Ni (aliás esta cena é uma das mais engraçadas do filme).
Os brasileiros com certezam não gostam deste filme quanto os ingleses, até por conta do humor, essencialmente britânico. Piadas sobre morte e situações escabrosas são recorrentes. Quem tem uma mente mais aberta facilmente vai se deliciar com a cena do resgate do garoto na torre do castelo ou a cena do Cavaleiro Negro.
As interpretações dos Phython são de cair o queixo. Se você se surpreende com Peter Sellers fazendo três papéis distintos em Dr. Fantástico vai cair no chão quando ver Michael Palin se desdobrando em 12 papéis, mas de longe o maior trunfo do filme é o roteiro dos comediantes. Eles fazem piadas sobre esquerdistas, franceses e a própria sociedade britãnica da Idade Média. Eles nem se poupam de si mesmos. Devido a falta de verbas do filme foi impossível alugar cavalos, então eles improvisaram montando em cavalos imaginários, com a sonoplastia feita por cascas de côcos. Também devido a falta de orçamento eles não conseguiram alugar a fachada de um castelo para filmar a cena em Camelot, o que rende uma das melhores piadas do filme:
- Camelot!
- Camelot!
- Camelot!
- Ah, que nada, é só uma maquete.
- Cala a boca!
Dirigido Terry Jones e Terry Gilliam eles conseguem superar até mesmo o problema de alcoolismo de Graham Chapman (que viria ocasionar sua morte anos mais tarde). A cena da Ponte da Morte, filmada no primeiro dia, não foi totalmente filmada com Chapman, que estava sofrendo delírios, devido a abstinência -- eles estavam filmando numa zona isolada na Escócia.
O Cálice Sagrado é -- certamente -- o filme mais esquadrinhado do grupo inglês, sem dúvida. Mesmo sendo menos cáustico que o filme seguinte da trupe, A Vida de Brian, é um excelente filme. Um filme obrigatório para quem gosta de boa comédia. Altamente recomendado, apesar das falhas. Aliás, não é um filme para todos, principalmente nos tempos de American Pie. Ni!
Nota: 5 estrelas em 5
Por Victor Bruno
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